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Oposição une-se e exige auditoria a resultados eleitorais

21 de novembro de 2024

Coligação de partidos da oposição moçambicana, incluindo o PODEMOS, MDM e Nova Democracia, exige uma auditoria forense para apurar todas as irregularidades nas eleições gerais de outubro.

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Contagem dos votos das eleições gerais de 9 de outubro, em Moçambique
Oposição moçambicana rejeita a vitória do partido FRELIMO e do seu candidato presidencial, Daniel Chapo, anunciada pela Comissão Nacional de EleiçõesFoto: Nádia Issufo/DW

Os partidos políticos da oposição exigem uma auditoria forense para apurar a verdade eleitoral e responsabilizar os autores da alegada fraude nas sétimas eleições gerais.

Num documento com a data de 16 de novembro e divulgado ontem pelo Centro de Integridade Pública (CIP), os partidos prometem que, caso não seja reposta a verdade eleitoral, as manifestações vão continuar de forma coordenada por todas as formações políticas.

O porta-voz do Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Dinis Tivane, justifica esta exigência com o facto de ter havido enchimento de urnas nas eleições de outubro; em várias mesas de voto, o número total de votos terá superado o número de inscritos.

Benefícios da auditoria forense

Uma auditoria forense aos resultados "não só vai permitir encontrar os responsáveis, como também perceber como essa fraude foi feita. Porque nós precisamos de encontrar as pessoas que estão a fazer a fraude", insiste Tivane.

A auditoria forense seria também uma forma de confirmar os próprios dados do PODEMOS: "Nós temos o número de votantes e de abstenção, mas para sabermos quantos votos eles meteram, quantos tiraram de um e de outro, seria fantástico", comenta o porta-voz do partido que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane.

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"Teremos também a possibilidade de eles nos entregarem atas ou editais verdadeiros. Isso vai nos trazer um resultado muito próximo do verdadeiro que é aquele que nós já trouxemos no nosso apuramento paralelo."

Além disso, a auditoria forense deverá verificar o que aconteceu ao nível do apuramento de votos. "Nós não só temos enchimento de urnas, mas também uma deturpação generalizada de dados", denuncia Dinis Tivane.

RENAMO não entrou na coligação

A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) não foi signatária deste documento.

No entanto, em conferência de imprensa, esta semana, o líder do partido, Ossufo Momade, propôs a anulação da votação e o fim do atual modelo de gestão eleitoral.

"Ficou provado que são estes os autores ideológicos, materiais e morais da instabilidade pós-eleitoral. Durante um período de dois anos, a RENAMO convida a sociedade, os académicos e outros parceiros de cooperação e organizações internacionais a contribuir de forma que tenhamos um modelo de gestão eleitoral que transmita confiança aos moçambicanos", afirmou.

Enquanto isso, nesta quarta-feira (20.11), a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) garantiu que vai assumir o poder em janeiro próximo. Mas o porta-voz do PODEMOS, Dinis Tivane, diz que esta atitude é preocupante e irresponsável.

"Eu acho que é um ato irresponsável das pessoas que sabem que a FRELIMO não ganhou, mas continua a empurrar todos os outros para fazer este tipo de pronunciamentos irresponsáveis, porque só vai inflamar e incendiar ainda mais estes ânimos que já estão demasiados exaltados", alertou Tivane.

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