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Eleições gerais: Zimbabueanos votaram "ilegalmente"

Lusa
20 de novembro de 2024

Venâncio Mondlane interpôs recurso junto do Conselho Constitucional pedindo a nulidade da votação no círculo eleitoral do Zimbabué alegando que contou com votos de 296.519 zimbabueanos "sem capacidade eleitoral ativa".

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Eleições gerais em Moçambique 2024
Recurso pede que se averigue se os votantes/eleitores no Zimbabué são ou não moçambicanos com dupla nacionalidadeFoto: Nádia Issufo/DW

De acordo com o recurso apresentado por Judite Simão, mandatária de Venâncio Mondlane, o mesmo invoca a “nulidade da eleição presidencial” de 09 de outubro na circunscrição do país vizinho, citando os dados do relatório da Southern AFrica Human Rights Lawyers High Comission Mozambique, que refere que aquele número de cidadãos zimbabueanos votou “ilegalmente”.

“Havendo vontade e interesse na apreciação da matéria, podem ser feitas diligências junto do Ministério do Interior para se averiguar se os 296.519 votantes/eleitores (…) são ou não moçambicanos com dupla nacionalidade”, lê-se no recurso, documentando com fotos de cartão de eleitor.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique aprovou a constituição de 602 assembleias de voto em sete países africanos e dois europeus para a votação total de 331.939 eleitores recenseados no estrangeiro e que podiam votar nestas eleições de 09 de outubro, para as presidenciais e legislativas.

O país com maior número de assembleias de voto foi a vizinha África do Sul, com 359, para a votação de 215.831 eleitores, mas foi ainda aprovada a constituição, nomeadamente, de 60 assembleias no Zimbabué.

Venâncio Mondlane contesta a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional.

Os líderes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, os dois maiores partidos da oposição e ambos também candidatos ao cargo de Presidente da República na votação de outubro, pediram nos últimos dias a anulação e repetição das eleições, alegando várias irregularidades no processo.

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