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Mondlane: "Há uma situação de terrorismo de Estado"

16 de novembro de 2024

Em mais uma "live" nas redes sociais hoje, Venâncio Mondlane criticou a violência nos protestos, mas agradeceu aos manifestantes. E anunciou novos "panelanços" nos próximos três dias, das 21h às 22h.

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Venâncio Modlane não reconhece os resultados eleitorais em Moçambique e tem apelado a protestos
Venâncio Modlane não reconhece os resultados eleitorais em Moçambique e tem apelado a protestosFoto: Alfredo Zuniga/AFP

"Forte abraço para todos os patriotas pela cultura cívica que os manifestantes estão a mostrar agora [...]  Já estamos a ter alguns pronunciamentos, como o das Nações Unidas e da Human Rights Watch, além da União Europeia", disse Mondlane.

Através da "live" na rede social Facebook, como costuma falar aos seus apoiadores, Mondlane criticou a violência contra manifestantes pela polícia e militares durante os protestos, afirmando que o "[Comandante-Geral da Polícia], Bernardino Rafael, demonstra que "está satisfeito com os assassinatos", mas o povo está na rua para salvar esta nação.

"Há uma situação de terrorismo de Estado, a polícia está a atirar para matar. Os que deveriam garantir a ordem não a fazem", disse Mondlane. No "Tribunal Penal Internacional (TPI) tarde ou cedo, vão responder pelos seus crimes", disparou.

Moçambicanos protestam em Maputo
Moçambicanos protestam em MaputoFoto: Siphiwe Sibeko/REUTERS

"Povo está determinado"

Segundo Mondlane, "o povo está determinado a lutar até as últimas consequências para salvar a sua pátria".

"Infelizmente, ontem, durante os panelaços, havia polícias atirando contra inocentes", disse.

"Ontem, às 21h, houve uma manifestação pacífica mas mesmo assim a polícia saiu para almejar e invadir casas, mesmo sem nenhum mandato, contra as pessoas" acrescentou.

Mondlane também disse que é preciso expor os polícias e militares que, argumenta, "estão a invadir casas, encontrar as pessoas e atirar", disse.

"É preciso expor essas imagens nas redes sociais", afirmou, finalizando o seu pronunciamento com o pedido um minuto de silêncio pelos que morreram durante as manifestações.

Protestos em Moçambique tem sido marcados pela violência, nesta imagem, polícias em Maputo
Protestos em Moçambique tem sido marcados pela violência, nesta imagem, polícias em MaputoFoto: Siphiwe Sibeko/REUTERS

Militares nos protestos

Por outro lado, Mondlane pediu aos militares e polícias que eles também participem dos protestos para que a "muralha de assassinato do povo caia",  e apelou a todos que voltem aos panelaços.

Mondlane disse que o país é hoje "dominado por assassinos" e anunciou novos protestos.

"Na terça-feira, 19 de novembro, deveremos anunciar a segunda fase da quarta etapa de manifestações"

Até lá, apelou aos seus apoiadores que mantenham os panelaços, nos horários combinados: sábado, domingo e segunda-feira, das 21h às 22h, reiterando que "as manifestações não vão parar".

Nas redes sociais, apoiadores de Mondlane também manifestaram apoio ao panelaço este sábado, alguns deles de forma inusitada. 

"Mondlane na mídia"

O opositor agradeceu aos internautas e apoiadores no whatsapp pelo canal que, segundo ele, já tem 122 mil seguidores. "Somos os únicos com mais de 100 mil seguidores", disse.

Cineastas voluntários também participam agora, segundo ele, na produção de um documentário sobre si, em inglês e português.

Venâncio Mondlane atingiu 1 milhão de seguidores no Facebook, e disse ser o primeiro político em um país que fala a língua portuguesa em África a atingir estes números.

Tainã Mansani Jornalista multimédia