Venezuela confirma eleições presidenciais para 14 de abril
10 de março de 2013"Convocamos a eleição presidencial para o dia 14 de abril", informou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Lucena Tibisay, em um anúncio transmitido pela televisão. As candidaturas deverão ser apresentadas neste domingo e segunda-feira, e a campanha eleitoral oficial poderá ser realizada somente entre 2 e 11 de abril.
Maduro, de 50 anos, ex-ministro das Relações Exteriores e atual presidente interino, já anunciou a sua candidatura pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), um desejo manifestado por Chávez. Maduro pretende seguir com o chavismo, juramento já feito ao tomar posse na presidência na última sexta-feira.
A coligação de oposição, unida nas eleições presidenciais de outubro de 2012 em torno da candidatura de Henrique Capriles, de 40 anos, ainda não anunciou sua escolha. Mas especialistas dizem que o governador do estado de Miranda será apresentado como candidato oposicionista. O mandato presidencial é de seis anos.
Chávez venceu Capriles nas últimas eleições presidenciais em outubro do ano passado com 54,42% dos votos. Mesmo assim, com 44,97%, Capriles obteve a melhor marca da oposição durante a era chavista.
Críticas da oposição
A oposição criticou, mais uma vez, a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), em que Maduro poderá ser candidato ao pleito, sem que para isso abandone o cargo – contrariando, assim, a ala oposicionista. Capriles qualificou a posse de Maduro na última sexta-feira como presidente interino e sua futura candidatura como "fraude constitucional".
O secretário-executivo da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo, teme abuso de poder por parte do partido governista, mas, mesmo assim, confirmou a participação da oposição no pleito com a coalizão de 33 partidos políticos. "Reconhecemos em Capriles a pessoa para encarnar a alternativa democrática."
Na noite de sua posse, Maduro rechaçou as críticas da oposição e sugeriu que dentro da MUD haveria tensões em meio ao debate sobre boicotar as eleições, além de afirmar que seria um erro gravíssimo se a oposição não apresentar um candidato. "Nós estamos prontos (para o pleito)."
Imagem de Chávez
Até o momento, pesquisas de opinião projetam uma cômoda vitória para Maduro, sustentada pelas políticas sociais que têm beneficiado milhões de venezuelanos e que foi um dos pilares de popularidade de Chávez.
O especialista em estudos de opinião pública Luis Vicente León, diretor da empresa Datanalisis, alertou em sua conta do Twitter que "a campanha se desenvolverá entre o divino e o terreno", referindo-se ao fato de que o partido governista usará a imagem do ex-presidente Chávez.
FC/dpa/lusa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer