UE culpa EUA por fracassso da Rodada de Doha
24 de julho de 2006Fracassaram em Genebra e foram adiadas por tempo indeterminado as negociações sobre a liberalização dos mercados globais. O chamado Grupo dos Seis – EUA, UE, Índia, Brasil, Japão e Austrália – não conseguiram chegar a um consenso quanto aos pontos básicos de um novo acordo de livre-comércio. A União Européia atribuiu aos Estados Unidos a culpa pelo fracasso, o que a delegação norte-americana rechaçou.
"Perdemos a última saída na auto-estrada", declarou o comissário do Comércio, Peter Mandelson, representante da UE nas negociações. Em sua opinião, todos se teriam movimentado, menos os norte-americanos. "Os Estados Unidos não estiveram dispostos a aceitar, ou pelo menos reconhecer, essa flexibilidade. Isso contraria totalmente o espírito da cúpula do G8", disse Mandelson, que elogiou expressamente as conversas com os demais membros do G6. Na opinião do comissário, a suspensão das negociações põe em risco a Organização Mundial do Comércio em seu todo.
O secretário norte-americano da Agricultura, Mike Johanns, defendeu a posição de sua delegação. Segundo ele, os Estados Unidos não teriam percebido nenhuma melhora nas propostas apresentadas.
Ainda durante a cúpula do G8 em São Petersburgo, de 15 a 17 de julho, o presidente George W. Bush havia concordado em que o acordo básico da Rodada de Doha fosse concluído até meados de agosto.
O ministro alemão da Agricultura, Horst Seehofer, lamentou o fracasso das negociações. "Perdemos uma chance histórica de criar condições mais justas para o comércio de bens agrários e industriais, e de reforçar o sistema multilateral baseado na cooperação internacional", declarou o político social-cristão em Berlim.
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