Glos propõe acordos bilaterais entre UE e países do Mercosul
10 de julho de 2006
O ministro alemão da Economia, Michael Glos, defendeu a realização de acordos bilaterais entre a União Européia e os países do Mercosul, a começar pelo Brasil, caso fracassem as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Há consenso de que é preciso avançar na OMC, mas o Brasil, como líder do G-20, precisa tirar o pé do freio. Para o caso de não haver acordo, eu tenho proposto à UE que procure negociar tratados bilaterais com os países do Mercosul", disse Glos, nesta segunda-feira (10/07), diante de 450 empresários alemães e brasileiros reunidos em Berlim.
O acordo UE-Mercosul, que está sendo negociado desde 1995 e deveria ter sido concluído em 2004, é uma das principais reivindicações dos empresários para ampliar o comércio entre Europa e América do Sul. Até agora, tanto os europeus quanto o governo brasileiro vinham adiando a assinatura do documento sob pretexto de esperar o resultado da Rodada Doha da OMC.
"Infelizmente estamos perdendo tempo. Acho que 90% do caminho rumo ao acordo está feito", disse o ministro do Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. "Este tratado de livre-comércio não depende da OMC, desde que os países do Mercosul se apresentem como unidade na mesa de negociações", disse o vice-ministro alemão da Economia, Bernd Pfaffenbach.
O presidente do conselho fiscal da Basf, Jürgen Strube, membro do Fórum Empresarial Europeu-Mercosul, disse que não se deve mais esperar o resultado da Rodada Doha. "Devemos fazer negociações paralelas com os países do bloco sul-americano", propôs. "Para o Brasil, a curto prazo, o tratado UE-Mercosul é até mais importante do que a conclusão das negociações da OMC", acrescentou o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
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