Sergio Moro presta depoimento à Polícia Federal
2 de maio de 2020O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro começou a testemunhar na tarde deste sábado (02/05), no âmbito da investigação aberta contra o presidente Jair Bolsonaro, por alegadamente tentar interferir politicamente na Polícia Federal (PF).
Moro chegou pouco antes das 14h00 à Superintendência da PF de Curitiba, cidade onde liderou, como magistrado, a operação anticorrupção Lava Jato e condenou vários empresários e políticos, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desta vez é o ex-juiz a se submeter às perguntas de delegados da PF, sob o olhar de três procuradores nomeados para acompanhar as diligências pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.
Tanto manifestantes pró-Moro quanto adeptos de Bolsonaro se concentraram desde a manhã próximo à sede da polícia. Registraram-se momentos de tensão, rapidamente apaziguados pelos agentes locais, segundo a agência de notícias espanhola Efe.
O juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello ordenara na quinta-feira que Moro testemunhasse no prazo máximo de cinco dias, após as graves acusações que lançou contra Jair Bolsonaro ao se demitir. Caso se decida que não são verdadeiras, o ex-ministro poderá ter que responder por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Na semana anterior, Moro entregou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, que ocupava desde janeiro de 2019. Ele acusa Bolsonaro de "interferência política na Polícia Federal", na sequência da demissão do ex-chefe da instituição Maurício Leite Valeixo.
Horas antes de o ex-ministro começar seu depoimento na Superintendência da Polícia Federal, Bolsonaro se referiu a ele como "judas", à saída do Palácio da Alvorada, em Brasília. "Ninguém vai fazer nada que contrarie a Constituição. Fiquem tranquilos que ninguém vai querer dar o golpe contra mim", acrescentou o mandatário.
Antes, ele insinuara nas redes sociais que Moro impediu a investigação da punhalada recebida por Bolsonaro em 2018, durante sua campanha eleitoral, cujo autor se encontra detido desde então.
AV/lusa/efe/ots
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