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Pesquisadores dizem não ter dúvida sobre restos de Cervantes

17 de março de 2015

Com base em dados históricos e arqueológicos, especialistas afirmam que fragmentos do corpo do autor de Dom Quixote foram encontrados, quase 400 anos após sua morte. "São muitas coincidências", diz antropólogo.

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Überreste in der Krypta des Klosters der Unbeschuhten Trinitarier
Foto: Sociedad de Ciencias Aranzadi

Uma equipe de buscas espanhola afirmou nesta terça-feira (17/03) não ter dúvidas de que encontrou restos mortais de Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote, na cripta do Convento das Trinitárias Descalças, em Madri. No entanto, só seria possível ter "certeza absoluta" após testes de DNA.

Numa coletiva de imprensa, os pesquisadores afirmaram que os restos mortais identificados, em estado avançado de decomposição, foram associados a Cervantes, sua esposa e às primeiras pessoas enterradas na igreja original do convento.

Apesar da ausência de "provas matemáticas", Francisco Etxeberría, coordenador das buscas, afirmou que a equipe tomou como base dados históricos, arqueológicos e antropológicos. "São muitas coincidências e não há discrepâncias. Todos os membros da equipe estão convencidos de que temos fragmentos dos restos de Cervantes", disse o antropólogo e professor da Universidade do País Basco.

A antropóloga Almudena García Cid afirmou que foram encontrados no local restos mortais de ao menos cinco crianças e dez adultos, que correspondem aos 17 enterros documentados na igreja original. Os restos mortais encontrados estavam junto com pertences e roupas que permitem datá-los como sendo do século 17.

Etxeberría apontou ser "impossível" comprovar através do DNA quais são os restos mortais de Cervantes entre todos os encontrados na Cripta, já que estão "muito fragmentados". Além disso, o escritor não teve filhos e a única familiar sepultada num local conhecido é sua irmã, cujos restos estão num ossuário comum de Alcalá de Henares, nos arredores de Madri.

A equipe multidisciplinar de buscas foi contratada pela prefeitura de Madri em abril de 2014, com a missão de finalmente localizar os restos mortais do literato, quase 400 anos após sua morte.

RC/dpa/efe