Mito da Loreley atrai turistas ao Reno
2 de setembro de 2013Cada ruína, cada castelo e até mesmo alguns acidentes geográficos em torno do Reno são motivo de lendas, que inspiraram os poetas alemães desde tempos remotos. A mais conhecida de todas as lendas do Reno é a da Loreley.
Num penhasco à margem direita do rio, situado entre as cidades de Sankt Goarshausen e Kaub, morava Loreley, uma sereia de beleza incomparável e longos cabelos dourados. Nas noites de lua cheia, a Loreley entoava um irresistível canto que fazia os navegantes esquecerem o leme, o que conduzia seus barcos invariavelmente contra as rochas naquele perigoso trecho do rio.
Assim sucedeu também com o filho do conde do Palatinado, Ronald, que apaixonado pelo canto da sereia teve o mesmo fim de outros navegantes. Irado pela morte do filho, o conde enviou tropas ao penhasco, com ordens de aprisionar a sereia e lançá-la do alto do rochedo ao rio, uma queda à qual seria impossível sobreviver.
Com grande esforço, os soldados do conde escalaram o penhasco, encontrando a sereia calmamente sentada, penteando os cabelos com um pente dourado. Ao saber das intenções dos soldados, a Loreley tomou seu colar de pérolas, lançando-o ao rio. Imediatamente levantou-se de lá uma enorme onda, sobre a qual a sereia baixou lentamente ao leito do Reno. Loreley nunca mais foi vista, mas seu canto continuou sendo ouvido durante muito tempo, nas noites claras de lua cheia.
Muitos turistas que visitam o local já ouviram falar da lenda:
Todos os anos, o Vale do Médio Reno recebe cerca de 20 milhões de turistas. Desde 2002, a área entre Koblenz e Rüdesheim é patrimônio cultural da humanidade da Unesco. Isso incluiu o rochedo da Loreley, de 132 metros de altura.
A curva apertada do rio e as rochas no fundo do rio representam um perigo para o intenso tráfego fluvial no Reno.
Outra lenda sobre a Loreley foi criada por Clemens Brentano, poeta do Romantismo. Foi ele quem escreveu, em 1801, a história trágica da Loreley, que atrai hoje tantos visitantes. Brentano descreve os encantos de uma feiticeira da pequena localidade de Bacharach, próxima ao rochedo. Ela teria poderes de enfeitiçar os homens com sua beleza. Certo dia, um bispo queria levá-la a um convento quando, no caminho, ela acreditou ter visto mais uma vez a imagem do amado de sua vida, o que a fez se jogar das rochas para dentro do rio.
Essa versão é pouco conhecida. O que transformou a Loreley numa estrela da literatura foi o poema de Heinrich Heine, quase 20 anos mais tarde. Esta versão foi transformada em canção por muitos músicos.
Heine não a descreveu como feiticeira, mas como uma espécie de ninfa que seduzia pescadores com seus cânticos. De forma semelhante às sirenas da mitologia grega, em que os marinheiros seduzidos naufragavam com suas embarcações.
Este capitão, Nico Gradowitsch, de 31 anos, garante nunca ter ouvido o cântico da sereia, e isso que já faz passeios turísticos na região há cinco anos.
A família dele é dona de uma empresa de transporte fluvial desde o início do século 20. Do ponto de vista técnico, é desafiador navegar pelas águas do Vale do Médio Reno.
Nas curvas mais estreitas, é necessário prestar muita atenção ao tráfego contrário. E há quem diga que na altura do rochedo da Loreley, o rio atinge sua maior profundidade, 25 metros.
Para a família de Nico Gradowitsch, a "feiticeira", que teoricamente traria azar, trouxe sorte. É ela quem garante barcos cheias de turistas que procuram a Loreley principalmente no verão europeu.