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Terrorismo

30 de dezembro de 2010

O fim de ano da Europa é ofuscado pelo terrorismo. Dias após a explosão de dois pacotes-bomba em Roma, mais uma bomba é detonada em Atenas. Na Dinamarca, suspeitos de planejar um atentado compareceram diante de um juiz.

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Nuvens negras sobre o prédio do jornal 'Jyllands Posten'Foto: AP

O fim de ano da Europa está sendo ofuscado pelo medo diante do terrorismo. Poucos dias depois de bombas ferirem dois funcionários em duas embaixadas em Roma, um artefato explodiu nesta quinta-feira (30/12) em frente a um tribunal em Atenas.

No mesmo dia, na Dinamarca, três dos cinco presos na quarta-feira, suspeitos de planejar um atentado contra um jornal de Copenhague, negaram as acusações contra eles perante um juiz. Na Alemanha, políticos e especialistas afirmam que o país ainda corre risco de sofrer um ataque terrorista.

Bombenanschlag Athen
Bomba danificou carros e prédio de tribunal em AtenasFoto: picture alliance / dpa

Ligação anônima possibilitou esvaziamento do local

Na manhã desta quinta-feira, o centro da capital grega foi abalado pela explosão de uma bomba. De acordo com a polícia, o artefato foi detonado a partir de uma motocicleta estacionada em frente ao tribunal. Ninguém reivindicou a responsabilidade pelo ato.

O prédio do tribunal ficou severamente danificado. A explosão danificou automóveis e estilhaçou vidraças em um raio de cerca de 200 metros. Graças a um alerta, não houve feridos.

A polícia evacuou a região após ser alertada por um telefonema anônimo, 45 minutos antes da explosão. A pessoa que deu o alerta informou o local exato em que a motocicleta se encontrava e também a placa do veículo.

O governo grego condenou o atentado, afirmando ter sido um ato "que visa a aterrorizar a democracia e os cidadãos", e prometeu levar seus autores à Justiça.

Na semana passada, dois pacotes-bomba explodiram nas embaixadas da Suíça e do Chile, em Roma, ferindo duas pessoas. Também em Roma, foi descoberta nesta segunda-feira, na Embaixada da Grécia, uma encomenda contendo explosivos que as autoridades conseguiram desativar.

Na Dinamarca, suspeitos são ouvidos

Um dia depois de a polícia dinamarquesa ter frustrado um atentado contra a redação em Copenhague do jornal Jyllands Posten, três dos supostos terroristas islâmicos detidos pela polícia negaram nesta quinta-feira todas as acusações diante de um juiz.

Um tribunal em Glostrup, a oeste de Copenhague, determinou, mesmo assim, a prisão preventiva dos homens por quatro semanas. Eles são acusados de planejar o ataque ao jornal que em 2005 publicou algumas caricaturas do profeta Maomé, as quais provocaram uma onda de protestos nos países muçulmanos.

Bundespolizisten werden befragt
Policiamento foi reforçado em diversos pontos na AlemanhaFoto: picture alliance/dpa

O promotor Lykke Sorensen afirmou que os detidos são suspeitos de terrorismo e de violar a lei sobre posse e porte de armas. De acordo com o serviço secreto dinamarquês, os detidos, de origem árabe, queriam matar a maior quantidade possível de pessoas na redação do jornal.

Os três viviam na Suécia e foram presos quando chegavam em Copenhague. Um dos presos é nascido na Tunísia, outro, no Iraque e o terceiro é cidadão sueco de origem étnica desconhecida.

O serviço secreto dinamarquês, PET, não pediu a prisão do quarto detido na Dinamarca, um jovem iraquiano de 26 anos que havia pedido asilo. O homem permanece, entretanto, como suspeito. Um quinto suspeito, preso na Suécia, deve ser ainda ouvido pelo tribunal.

Na Alemanha, ainda paira ameaça terrorista

Segundo especialistas em segurança, a ameaça terrorista na Alemanha ainda existe. "Ainda há um grande risco", afirmou o especialista do Partido Verde para Política Interna, Wolfgang Wieland. Representantes do partido social cristão (CSU) e do Sindicato da Polícia Alemã (GdP) se pronunciaram contra o relaxamento das medidas de segurança vigentes desde novembro na Alemanha.

O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, advertira há cerca de seis semanas do perigo de ataques de terroristas islâmicos na Alemanha, possivelmente em novembro. Desde então, as forças policiais do país reforçaram os contingentes em pontos estratégicos como aeroportos e estações ferroviárias.

Kuppel vom Reichstag
Cúpula do Reichstag está fechada a visitasFoto: DW

Wieland observou que, embora não tenha ocorrido um ataque em "final de novembro", os terroristas da Al Qaeda e outros ainda "têm tempo". "Se eles não entram em ação hoje, não significa que eles não vão agir amanhã ou depois", opinou. Segundo ele, os terroristas não se importam com datas simbólicas. "Eles mesmos acham suas oportunidades", disse Wieland.

Enquanto isso, Berlim se prepara para a maior festa de réveillon ao ar livre do país, onde são esperados até um milhão de visitantes.

Festa de réveillon em Berlim terá policiamento normal

Stefan Müller, deputado do partido social cristão, acha que não é possível relaxar as medidas de segurança. Ele apoia os planos para criação de um centro separado para o controle de visitantes no Reichstag, prédio que abriga o Bundestag, o Parlamento alemão.

A cúpula do edifício, uma das mais visitadas atrações da capital alemã, foi fechada ao público até segunda ordem. Para a festa de Ano Novo, nos arredores do Portão de Brandemburgo, o policiamento será feito normalmente, segundo o porta-voz da polícia berlinense.

MD/dpa/lusa/dpa

Revisão: Carlos Albuquerque