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Hackers russos agem contra políticos alemães, diz relatório

23 de março de 2024

Grupos supostamente ligados à inteligência russa tentaram roubar dados de "figuras chave da política alemã" no intuito de minar apoio alemão à Ucrânia e obter informações sobre eleições europeias de 2024.

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Hacker encapuzado em meio a algarítimos
Grupo de hackers APT29, também conhecido como Cozy Bear, tentou ludibriar "figuras chave da política alemã"Foto: Kacper Pempel/REUTERS

Hacker russos visaram um grande número de políticos alemães para tentar roubar informações sigilosas, segundo reportagem divulgada pela revista alemã Der Spiegel nesta sexta-feira (22/03).

A revista citou uma análise da empresa de segurança americana Mandiant, subsidiária da Alphabet, que também é proprietária da Google, assim como um alerta das autoridades de segurança alemãs.

A Mandiant relatou que o grupo de hackers APT29, também conhecido como Cozy Bear, tentou ludibriar "figuras chave da política alemã" para que elas abrissem emails que continham convites falsos para um jantar oferecido pelo partido conservador de oposição União Democrata Cristã (CDU).

Segundo a análise da Mandiant, os hacker usaram nos ataques um novo tipo de malware conhecido como Wineloader.

A reportagem da Der Spiegel afirma que o grupo também realizou ataques contra diversas autoridades ocidentais. Em janeiro, eles conseguiram se infiltrar nas contas de email de alguns dos principais funcionários da Microsoft.

As autoridades internacionais de segurança acreditam que o grupo trabalha sob ordens do Serviço Nacional de Inteligência (FSI) da Rússia, a agência externa de espionagem do Kremlin.

Um alerta do Escritório Alemão de Segurança de Informação (BSI) advertiu que os ciberespiões tentavam ganhar acesso de longo prazo aos bancos de dados e extrair informações dos partidos políticos alemães.

Porque os partidos alemães?

O BSI avalia que poderes estrangeiros estariam particularmente interessados em extrair informações visando as eleições europeias de junho deste ano.

O analista Dan Black da Mandiant afirma que o objetivo também seria minar o apoio europeu a Ucrânia na guerra contra a Rússia.

"Não se trata de agir apenas contra a Alemanha ou seus políticos; isso é parte de um esforço mais amplo da Rússia voltado para a busca de formas de sabotar a ajuda europeia a Kiev", observou.

A Alemanha vem sendo cada vez mais visada pelos órgãos de espionagem russos em razão de seu apoio à Ucrânia.

Na última terça-feira, um soldado alemão foi indiciado por ter supostamente entregado segredos de Estado à inteligência russa.

No início do mês, a imprensa russa publicou a interceptação de uma conversa na qual oficiais da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) podiam ser ouvidos discutindo a entrega de armamentos à Ucrânia.

rc (AFP, Reuters)