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Morre goleiro da seleção

11 de novembro de 2009

Morte do goleiro da seleção alemã Robert Enke, aos 32 anos, comove futebol do país. Natural do Leste alemão, ele passou por clubes alemães e do exterior até chegar ao Hannover, onde era capitão.

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Velas iluminam foto de EnkeFoto: AP

O futebol alemão está consternado pela morte do goleiro da seleção e do Hannover, Robert Enke, que faleceu aos 32 anos de idade. Enke morreu atropelado por um trem na tarde desta terça-feira (10/11) em uma passagem de nível nas imediações de sua casa, em Neustadt, próximo a Hannover, norte da Alemanha.

O empresário do jogador, Jörg Neblung, disse ter se tratado de suicídio, o que foi confirmado nas primeiras investigações policiais. O porta-voz da polícia de Hannover, Stefan Wittke, disse que Enke havia estacionado seu carro a cerca de dez metros dos trilhos, deixando a carteira no veículo e a porta aberta. Na manhã desta quarta-feira (11/11), Wittke confirmou que Enke deixou uma carta de despedida.

A esposa do jogador disse que há vários anos seu marido vinha sofrendo de depressão, mas que por motivos profissionais não procurou tratamento. O goleiro havia sofrido um duro golpe emocional há três anos, quando morreu sua única filha, Lara, de dois anos, devido a uma doença cardíaca congênita. Em maio último, ele e a esposa adotaram uma menina, agora com oito meses.

Amistoso com Chile foi cancelado

Hannover 96 Torwart Robert Enke
Enke em atuação pelo Hannover em 31 de outubro últimoFoto: DPA

A notícia da morte causou profunda tristeza em Bonn, onde a seleção alemã de futebol estava se preparando para o amistoso contra o Chile em Colônia, no próximo sábado, e contra a Costa do Marfim, quatro dias depois. Tanto os treinos desta quarta-feira quanto a partida de sábado foram cancelados pela Federação Alemã de Futebol (DFB).

Enke não havia sido convocado para estas partidas, para que pudesse se recuperar completamente de uma infecção intestinal que o havia afastado nos últimos quatro jogos da equipe comandada por Joachim Löw. A última partida de Enke foi no domingo, quando o Hannover empatou em dois gols com o rival Hamburgo.

"Estamos todos chocados, nos faltam palavras", disse o diretor da seleção alemã, Oliver Bierhoff. O presidente da DFB, Theo Zwanziger, expressou profundo pesar: "Estamos chocados e cheios de dor. Nosso pensamento está com a esposa e a família".

Trauer um Robert Enke
Futebol de lutoFoto: AP

Na manhã desta quarta-feira, Zwanziger e o secretário-geral da DFB, Wolfgang Niersbach, estiveram em Bonn para decidir, com toda a equipe, sobre os próximos passos. O presidente do Hannover, Martin Kind, disse que o estado emocional de Enke era "instável", mas isso provavelmente não foi percebido pelo público.

Oito jogos pela seleção alemã

Enke foi convocado pela primeira vez para a seleção alemã na Copa das Confederações de 1999 no México, mas ficou no banco. Sete anos depois, foi convocado novamente e assumiu no ano passado o lugar do veterano Jens Lehmann. A estreia de Enke na seleção havia sido em 28 de março de 2007 contra a Dinamarca. O jogo acabou em 1 a 0 para os visitantes.

Nos outros sete jogos que disputou pela Alemanha, venceu cinco e empatou dois. O último foi contra o Azerbaijão, em Baku, em 12 de agosto deste ano, com uma vitória de 2 a 0 para os alemães.

Uma fratura na mão em outubro de 2008 e uma longa e misteriosa infecção bacteriana em setembro de 2009 foram os obstáculos recentes em sua carreira. A infecção intestinal o afastou de jogos decisivos para a classificação à Copa de 2010, mas o técnico da Alemanha, Joachim Löw, havia deixado claro que ele era o favorito à camisa 1 na África do Sul.

Curta carreira de altos e baixos

Trauer um Robert Enke Flash-Galerie
Centenas de torcedores fizeram vigília com velas no estádio do HannoverFoto: AP

Robert Enke nasceu em 24 de agosto de 1977 em Jena, na antiga Alemanha Oriental, onde em 1985 começou a jogar no Carl Zeiss, tradicional clube da cidade. Em 1996, ele foi contratado pelo Borussia Mönchengladbach e passou a atuar pela Primeira Divisão da Bundesliga. Sua curta carreira teve muitos altos e baixos.

Nos três anos em que atuou pelo Benfica, a partir de 1999, não conseguiu brilhar com a equipe da qual era capitão. Após uma passagem pelo Barcelona, em 2002, foi emprestado ao Fenerbahce de Istambul. A derrota no primeiro jogo foi muito mal recebida pelos torcedores turcos. Enke foi alvo de objetos jogados pela torcida, o que o levou a romper o contrato e passar um tempo desempregado.

Em 2003, atuou pelo espanhol Club Deportivo Tenerife, da Segunda Divisão, onde reconquistou a boa forma. Desde 2004, estava no Hannover, onde rapidamente se destacou pela boa atuação, tornando-se capitão e favorito do público.

RW/dpa/sid

Revisão: Carlos Albuquerque