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Coco Chanel

13 de agosto de 2009

Produção francesa mostra a vida de Chanel antes da fama. No papel principal, a atriz Audrey Tautou volta aos cinemas depois de dois anos longe das câmeras.

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Filme em cartaz nos cinemas da AlemanhaFoto: picture-alliance/ dpa

Ela está de volta às telonas: depois de dois anos de pausa, Audrey Tautou (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain) vive a estilista Coco Chanel, em filme que estréia nesta quinta-feira (13/08) nos cinemas alemães. A atriz francesa, sempre entusiasmada com as produções de seu país, confessa que aguardou um convite que a cativasse para voltar aos sets de filmagem.

"Fiz uma pequena pausa, sem nunca ter definido quanto tempo iria ficar parada. Os dois anos sem filmar não foram um problema. Com esse filme, que me encantou profundamente, retomo então o trabalho. Meu pai já estava ficando preocupado", conta Tatou com bom humor, em Berlim, à Deutsche Welle.

A jovem Chanel

O filme dirigido por Anne Fontaine mostra os primeiros 28 anos da estilista Coco Chanel, que cresceu num orfanato juntamente com sua irmã. Depois da experiência com apresentações em cabarés franceses e do envolvimento com homens poderosos, Gabrielle (verdadeiro nome de Chanel) descobriu aos poucos e por acaso o gosto pela moda.

Coco Chanel
Chanel em 1954Foto: AP

"Não tive receio de encarnar um ícone, mas sim de representar uma mulher famosa, cuja a história não se conhece muito. Há pouquíssimo material originário do tempo de sua juventude, antes que ela se tornasse famosa", disse Tautou, ao comentar o fato de o filme retratar apenas um período da vida da estilista.

A atriz lembra que o talento de Chanel, uma vez descoberto, se tornou rapidamente perceptível. "Já naquela época, ela conseguia esconder seus erros e pontos fracos. Essa liberdade em relação à Chanel me interessou, embora tenha sido interessante e desconfortável ao mesmo tempo", confessa Tautou.

Receita de sucesso

A atuação marcante da atriz e a direção de Anne Fontaine contribuem para que o filme sobre Chanel seja um sucesso de público. Outros filmes da diretora como A Garota de Mônaco e Nathalie X foram anteriormente bem recebidos na Alemanha.

Apesar de sua predileção por situar personagens femininas no centro de seus trabalhos, Fontaine não se diz feminista. Sem esconder seu fascínio por Chanel como mito, a diretora vê com sobriedade sua protagonista. "A juventude dela foi muito misteriosa, mas também muito edificante. Como uma mulher do campo, da província, pode ter sido completamente autodidata, tendo desenvolvido seu próprio estilo?"

Fontaine conta que não quis fazer um filme acadêmico, que abarcasse toda a vida da estilista. "Isso seria um absurdo", diz a diretora, para quem "a juventude de uma pessoa é sempre mais interessante, quando se é mais volúvel, quando se vê melhor o que acontece. No fim da vida, Chanel se tornou muito autoritária e muito dura. E também antipática. Nesse sentido, é preciso dizer a verdade", confessa a cineasta.

Autor: Jörg Taszmann / Nádia Pontes

Revisão: Soraia Vilela