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Moda acessível

28 de julho de 2009

Em 1950, ela lançou a revista que leva o seu nome e que ficaria famosa por uma ideia visionária: apresentar as roupas e os moldes para que as leitoras possam costurar seus próprios modelos em casa.

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Aenne Burda em 1990Foto: AP

Um molde, uma máquina de costura e a moda ao alcance de todas as mulheres alemãs. Foi assim que começou a história fantástica de sucesso de Aenne Burda, que faria 100 anos em 28 de julho de 2009.

A editora de moda mais famosa do século 20 criou, em 1950, a revista Burda Moden, que traz moldes das roupas que são publicadas na revista, para que qualquer leitora possa costurar seu próprio modelo em casa. Com a ideia, Aenne Burda ganhou espaço numa Alemanha marcada pelo pós-Guerra, transformando a moda em algo acessível.

Verlegerin Aenne Burda mit Mann Franz Burda
Aenne Burda e o marido Franz BurdaFoto: picture-alliance/ dpa

O começo humilde

Anna Magdalene Lemminger nasceu em 1909, na cidade de Offenburg, sudoeste da Alemanha. A infância foi sem glamour: filha de um maquinista de trem e de uma dona de casa, Anna Magdalene sempre deixou claro, ainda criança, que queria mais da vida.

Por achar o seu nome de batismo um pouco old fashion, Anna Magdalene virou Aenne. A transformação foi inspirada em sua música favorita, Aennchen von Thorau.

Aos 17 anos, sem qualquer diploma, com cabelos curtos – contrariando o padrão da época – ela conseguiu um emprego na companhia de eletricidade de sua cidade natal. Uma de suas funções era cobrar os pagamentos da empresa de impressão Burda. Foi então que Aenne conheceu o filho do empresário: Franz Burda.

O casamento aconteceu em 1931, e o casal teve três filhos: Franz (1932), Frieder (1936) e Hubert (1940). Foi só em 1949, aos 40 anos, que Aenne se lançou na carreira de editora de moda.

A virada na sua vida veio de uma forma curiosa: o marido tinha uma amante e até mesmo um filho fora do casamento, e Aenne foi, como é normal nesses casos, a última a saber.

Quase como "compensação" por ter suportado a infidelidade do marido, Aenne recebeu dele, então senador, a missão de administrar uma editora praticamente falida. E o milagre aconteceu.

Flash-Galerie Cover Burda Moden auf russisch
Capas da revista Burda Moden, publicada em 28 línguasFoto: picture-alliance / dpa


Moda ao alcance

"Minha ideia era fazer moda para as mulheres que gostam de moda, mas que não têm dinheiro para comprar o que desejam", declarou.

Em 1950, a primeira edição da Burda Moden teve uma tiragem de 10 mil exemplares, vendida a 1,40 marcos alemães o exemplar. A partir de 1952, a revista passou a trazer encartados os modelos de costura que a tornariam famosa.

Em casa, as mulheres podem cortar os moldes que a revista oferece e, depois de algumas horas de trabalho na máquina de costura, vestir sua própria moda, a um custo acessível.

Aenne Burda mit Raisa Gorbatschowa und Mihail Gorbatschow
Raissa Gorbatchov e Aenne BurdaFoto: BurdaVerlag

O modelo criado por Aenne Burda foi um sucesso imediato. No começo dos anos de 1960, ela viajou pelo mundo para fazer negócios e contatos no ramo. Aos 77 anos, já conhecida como embaixadora da moda, Burda foi a primeira editora a lançar uma versão de uma revista ocidental na antiga União Soviética, em 1987. Na época, uma foto de Aenne com a primeira-dama Raissa Gorbatchov simbolizou o acordo e foi publicada em todos os jornais.

Aenne Burda faleceu em 3 de novembro de 2005, aos 96 anos de idade, na cidade onde nasceu. Seu legado permanece: a revista Burda é publicada em 28 línguas e distribuída em 90 países pela empresa Hubert Burda. A companhia é atualmente administrada por Hubert Burda, filho do casal.

NP/dw
Revisão: Alexandre Schossler