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Aberta ao público

13 de outubro de 2009

Para os milhares de expositores da maior feira internacional do mercado livreiro, uma das questões centrais é como enfrentar os desafios da digitalização do conteúdo. Mesmo assim, o bom e velho livro não faltará.

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Leitores de e-books já fazem parte do cotidianoFoto: AP

A 61ª edição da Feira do Livro de Frankfurt, maior feira mundial do mercado livreiro, abriu suas portas nesta terça-feira (13/10). Até 18 de outubro, editores, livreiros, autores e leitores poderão apresentar e discutir novos desenvolvimentos e tendências do mercado livreiro internacional.

Segundo Gottfried Honnefelder, presidente da Associação do Comércio Livreiro Alemão, apesar da crise econômica o mercado editorial do país registrou um acréscimo de receita de 2,8% nos primeiros nove meses de 2009, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Entretanto, a Feira do Livro de Frankfurt está menor do que em 2008. No total, a área alugada de exposições encolheu 2%. Principalmente editoras de língua inglesa e do Leste Europeu desistiram de comparecer ou reduziram o tamanho de seus estandes.

A escolha da China como país de destaque desta edição da feira, que contou com a presença da chefe de governo alemã, Angela Merkel, em sua abertura, foi motivo de forte controvérsia.

Grande desafio

Neste ano, 7.314 expositores de 100 países oferecem mais de 400 mil títulos, dos quais 124 mil são lançamentos. Para os editores e livreiros presentes, a questão central é o tema das novas mídias. A digitalização é um das grandes tendências verificadas no setor em todo o mundo e encontrar maneiras de lucrar também através de conteúdos digitais tornou-se um desafio central do mercado livreiro.

Frankfurt Buchmesse: Books & Bytes 2008
Digitalização traz grandes mudançasFoto: Frankfurter Buchmesse / Alexander Heimann

O que antes era tido como visão para o futuro se torna cada vez mais realidade: romances para celular, guias de viagem para leitores digitais ou adaptações de obras literárias para smartphones. A oferta de livros eletrônicos cresce a passos rápidos.

Somente na China, há 400 mil livros eletrônicos lançados, sendo que a oferta aumenta diariamente em 8 mil e-books, segundo os organizadores da feira. E tais conteúdos e leitores digitais alteram não somente o comportamento de leitura, mas também a imagem da feira.

Cada vez mais espaços são reservados para produtos eletrônicos. Nesse sentido, a Feira de Frankfurt pretende ser pioneira, tornando-se o lugar onde novas ideias e modelos de negócios são apresentados. Com isso, a "feira do livro" tornou-se uma feira de mídias, onde se apresentam outros segmentos da "indústria criativa", como os de imagens, jogos e design.

Convidado difícil

Buchmesse Frankfurt 2009
Estande da China em FrankfurtFoto: AP

Mais do que nunca, o país convidado de 2009 estará no centro das atenções. Mas isso não se deve somente ao fato de a China constituir um dos maiores mercados editoriais do mundo e, como nova superpotência econômica, estar se apresentando pela primeira vez em tais dimensões na feira.

Estão planejados cerca de 450 eventos e somente a delegação oficial já é composta por mais de 800 pessoas, entre as quais estão representantes do mercado editorial, artistas, arquitetos, músicos e naturalmente escritores.

Fazendo frente aos 40 autores oficialmente convidados, presume-se que haverá um número muito maior de exilados, dissidentes e outros autores convidados por editoras alemãs.

Isso acarreta um potencial de conflito na feira, que sempre se viu como um fórum de discussão. Um primeiro escândalo já aconteceu antes mesmo do início da feira, durante uma conferência em Frankfurt da qual participaram autores chineses críticos ao regime, contra a vontade da delegação oficial chinesa.

Livros e prazer

Frankfurter Buchmesse 2007
O velho e bom livro não vai faltar, apesar das novidades digitaisFoto: Frankfurter Buchmesse / Peter Hirth

Mas, apesar das novidades representadas pelas novas mídias, o bom e velho livro não vai faltar. Principalmente autores mais conhecidos atraem a atenção do público: Günter Grass, por exemplo, recitará trechos do clássico O Tambor, apresentado pela primeira vez há exatos 50 anos na feira.

O autor de best-sellers Frank Schätzing se aventurou pelo futuro em seu novo romance Limit, que ele apresentará em Frankfurt. Com 320 mil exemplares pré-encomendados, o livro já é um dos maiores sucessos do mercado editorial alemão deste ano. Entre as estrelas internacionais, estão sendo esperados Margaret Atwood, Tim Parks e Leon de Winter.

Quem ainda tiver apetite para digerir algo comestível após tantos alimentos para o espírito será muito bem atendido na nova Gourmet Gallery. Em uma cozinha construída entre os 40 expositores de livros de culinária, renomados chefs internacionais apresentarão suas especialidades.

Autora: Gabriela Schaaf / Carlos Albuquerque

Revisão: Rodrigo Rimon