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Estudo da Unicef

16 de janeiro de 2010

Sondagem da Unicef na Alemanha constata que crianças do país têm bom nivel educacional, porém muitas reclamam de insegurança quanto ao futuro profissional. Grande parte delas se sente sozinha e marginalizada.

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Para ministra Kristina Köhler, mães solteiras precisam de maior apoioFoto: picture alliance / dpa

Um estudo comparativo internacional sobre a situação de crianças em 21 países industrializados, realizado por cientistas da Universidade Humboldt de Berlim, a pedido do UNICEF na Alemanha, acusa não só progressos para meninos e meninas do país, mas também problemas não resolvidos, como a insegurança dos jovens a respeito do futuro profissional.

Regine Stachelhaus, gerente do UNICEF na Alemanha, ressalta que três anos atrás o UNICEF realizou pela primeira vez uma sondagem comparativa internacional sobre a situação das crianças nos países industrializados. Enquanto em 2007 a Alemanha ficou em 11° lugar entre os 21 países industrializados pesquisados, o novo estudo mostra uma imagem ligeiramente mais positiva.

Alemanha está em oitavo lugar

Fram analisadas seis dimensões do bem-estar de crianças e jovens: a material, saúde, segurança, educação, relacionamento com amigos e familiares, seu comportamento e o bem-estar subjetivo. Na comparação, a Alemanha encontra-se agora na oitava colocação. Em primeiro lugar está a Holanda, seguida pela Suécia e Finlândia.

Em três áreas a Alemanha melhorou, de acordo com Stachelhaus: na educação, nas relações com colegas e familiares, bem como na parte que concerne a comportamento e riscos. Neste caso, são considerados dados relativos, por exemplo, a questões como o tabagismo e o uso de álcool e drogas. Mas também há tendências preocupantes entre os jovens, ressalta a gerente do UNICEF na Alemanha.

"Os jovens na Alemanha veem suas perspectivas de futuro de maneira muito mais pessimista que os de outros países industrializados. Quase 25% dos meninos e meninas de 15 anos de idade acham que só conseguirão trabalhos pouco qualificados após se formarem. E isso significa que um em cada quatro jovens vê seu futuro profissional de forma bastante pessimista."

Jovens alemães se sentem marginalizados

Stachelhaus nota que muitos jovens na Alemanha se consideram marginalizados. Um número alto de estudantes no país afirmou se sentir deslocado, e cerca de um em cada três jovens de 15 anos se sente só. Quanto à questão da satisfação de vida, crianças e adolescentes alemães se encontram entre os últimos, no 18º lugar. Isto também mostra, acredita Stachelhaus, que uma parcela considerável de adolescentes e jovens na Alemanha não se sente aceita.

O coautor do estudo, o sociólogo berlinense Hans Bertram, classificou como preocupante a autoavaliação das crianças alemãs em idade escolar. Embora o nível de educação tenha melhorado nos últimos anos, os jovens veem suas perspectivas profissionais de forma sensivelmente mais pessimista do que em outros países industrializados.

A gerente do UNICEF na Alemanha vê necessidade urgente de ajuda, principalmente para mães solteiras e seus filhos, afetados de forma acentuada pela pobreza material.

"A ausência de um pai não deve ser um risco de pobreza", disse a ministra alemã da Família, Kristina Köhler, durante a apresentação do estudo. Ela afirmou ser a favor de uma maior assistência a este grupo populacional. Entre as medidas sugeridas, está o auxílio para que as mães solteiras tenham condições de retornar ao mercado de trabalho, caso desejem, assim como proporcionar um melhor acompanhamento para as crianças e apoio financeiro a pais que trabalham em meio expediente.

Autora: Sabine Ripperger
Revisão: Augusto Valente