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EI sequestra nove estrangeiros em campo petrolífero na Líbia

10 de março de 2015

Militantes afiliados ao "Estado Islâmico" decapitam oito seguranças e raptam nove empregados de uma empresa de gestão. Os ataques das últimas semanas obrigam Trípoli a declarar 11 campos petrolíferos não-operacionais.

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Campo petrolífero de Al-Ghani, na LíbiaFoto: Abudllah Doma/AFP/Getty Images

Militantes de um grupo jihadista líbio afiliado à organização terrorista do "Estado Islâmico" (EI), sequestraram nove funcionários estrangeiros no campo petrolífero Al-Ghani, confirmou um porta-voz do governo da Líbia, nesta segunda-feira (09/03). Durante o ataque, que ocorreu na sexta-feira, oito seguranças foram decapitados e um trabalhador local morreu de infarto ao presenciar as execuções.

Segundo porta-vozes dos governos da Áustria e das Filipinas, quatro filipinos, um austríaco, um bangladeshiano, um tcheco, um ganês, além de um nono estrangeiro ainda não identificado, estão entre os raptados. Os nove estrangeiros trabalhavam para a empresa de gestão de campos petrolíferos Value Added Oilfield Services (Vaos). Entre os clientes da Vaos, estão a britânica BP (ex-British Petroleum), a espanhola Repsol e a austríaca OMV.

"Sabemos que eles não estavam feridos quando foram levados do campo petrolífero Al-Ghani", disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Áustria. Já segundo o porta-voz do Departamento de Relações Exteriores das Filipinas, Charles José, o incidente eleva para sete o número de filipinos desaparecidos na Líbia. Outros três foram raptados num outro campo petrolífero, em 3 de fevereiro.

Ainda de acordo com José, outros 4 mil filipinos trabalham no país africano e foram pedidos para que aproveitem o programa de repatriação do governo, que cobre o custo da viagem de volta às FIilipinas.

O incidente de sexta-feira no campo petrolífero Al-Ghani, localizado perto da cidade de Zalla, aproximadamente 750 quilômetros ao sudeste da capital Trípoli, foi parte de uma série de ataques do "Estado Islâmico" contra a lucrativa infraestrutura petrolífera na Líbia.

Os ataques das últimas semanas obrigaram a Líbia a declarar 11 campos petrolíferos não-operacionais, incluindo o de Al-Ghani, e invocando uma cláusula de força maior que isenta o Estado líbio de obrigações contratuais.

O porta-voz militar da Líbia, Ahmed al-Mesmari, advertiu que a meta a longo prazo do EI é assumir a indústria petrolífera do país. "Esta [indústria petrolífera] é a salvação do povo líbio", disse Mesmari, acrescentando que as consequências de uma suposta perda seriam terríveis.

Estrangeiros têm cada vez mais se tornado alvos na tumultuada Líbia, onde dois governos rivais estão lutando pelo controle do país e extremistas islâmicos têm crescido em meio ao caos que seguiu após a queda do ex-ditador Muammar al-Gaddafi, há quatro anos.

PV/rtr/ap