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Chile admite possível assassinato de Pablo Neruda

7 de novembro de 2015

Governo afirma que participação de terceiros na morte de poeta é "altamente provável", mas ressalta que peritos não chegaram a conclusão. Oficialmente Neruda morreu de câncer em 1973.

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Neruda era membro do Comitê Central do Partido Comunista no ChileFoto: picture-alliance

O governo do Chile admitiu que Pablo Neruda pode ser sido assassinado. O poeta chileno morreu em circunstâncias suspeitas no dia 23 de setembro de 1973, duas semanas depois do golpe militar que levou Augusto Pinochet ao poder.

Em comunicado, o Ministério chileno do Interior afirmou que Neruda pode não ter morrido de câncer. "É claramente possível e altamente provável a participação de terceiros" na morte do poeta, disse o documento.

O ministério, no entanto, ressaltou que uma equipe de peritos não chegou a uma conclusão. O documento, divulgado pela imprensa nesta quinta-feira (05/11), foi enviado pelo governo ao juiz que está investigando o caso, em março.

Neruda morreu no dia 23 de setembro de 1973, exatamente 12 dias após o golpe militar no Chile. De acordo com a versão oficial aceita até os dias de hoje, a causa da morte do poeta seria um câncer.

No entanto, o motorista de Neruda na época, Manuel Araya, que o levou para o hospital, contesta essa versão. Ele tem certeza de que o poeta, crítico do regime, foi intoxicado com alguma substância analgésica.

O poeta era membro do Comitê Central do Partido Comunista e amigo próximo do presidente Salvador Allende, que foi deposto pelo golpe que levou Pinochet ao poder. Com o início da ditadura, Neruda planejava se exilar no exterior.

A morte de Neruda foi tão controversa que seu corpo foi exumado em 2013. Peritos, porém, descartaram que o poeta tenha morrido por envenenamento. Sua família não ficou satisfeita com a avaliação e pediu uma investigação mais profunda.

CN/efe/ap