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Chicks on Speed

26 de setembro de 2011

Conhecida pelo seu electro divertido, a banda Chicks on Speed traz à cidade a exposição Cultural Workship Now!, que passeia pelo universo das artes plásticas, performances, instalações e moda.

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Chicks on Speed mostra seu universo em BerlimFoto: Kunstraum Kreuzberg/Bethanien/Beda Mulzer

Dentro da onda electroclash, que invadiu as pistas no começo da década passada, o Chicks on Speed era sinônimo de uma festa divertida e colorida. Juntando atitude punk, sintetizadores e feminismo com performance e ironia, a banda conquistou notoriedade e gravou com artistas como Peaches e Le Tigre.

Mais conhecido por sua música, o Chicks on Speed é na verdade um coletivo. Pioneiro em juntar e explorar os limites entre arte, música, moda, tecnologia e performance, criando algo único e novo.

Chicks on Speed Kunstraum Kreuzberg Bethanien
O grupo começou a fazer música para seus videos e performancesFoto: Kunstraum Kreuzberg/Bethanien/Wolf Dieter Grabner

Cultural Workship Now é a primeira exposição em grande escala do trabalho das Chicks on Speed na Alemanha. As obras abrangem o início da carreira, nos anos 90, até os dias de hoje.

Não tocamos guitarra

"Estudava arte nos Estados Unidos. Queria ver o mundo e acabei vindo estudar em Munique. Nesse período conheci Alex Murray e começamos o Chicks on Speed" disse Melissa Logan à Deutsche Welle. "Éramos jovens e empolgadas. Trabalhávamos em uma galeria. Éramos inquietas e diziam que parecíamos que tínhamos tomado speed. Daí surgiu o nome."

A dupla tinha uma noite de cabaré em um bar em Munique, onde as pessoas se reuniam e faziam performances. "Desde o começo, queríamos unir música, performance, arte e happenings", completou.

Chicks on Speed Kunstraum Kreuzberg Bethanien
O sapato guitarra é um dos destaques da mostraFoto: Kunstraum Kreuzberg/Bethanien/Gilmar Ribeiro & Chicks on Speed

O interesse em produzir música começou com a necessidade de criar a trilha sonora de seus vídeos e performances. "Desde o começo foi uma escolha consciente de fazer canções que funcionassem não só no contexto da arte, mas também no mundo da música".

A banda tomou forma depois da performance I wanna be a DJ, baby, onde sobre uma trilha pré-gravada elas destruíram discos em uma cabine de DJ. Para a peça, elas fizeram camisetas, uma fita demo e entrevistas falsas, como se fosse uma banda de verdade.

A festa nunca acaba

A exposição em Berlim não abriga apenas as obras coloridas e divertidas do coletivo, mas também é palco de performances e discussões relacionadas ao universo do Chicks on Speed. Para Melissa, os destaques da exposição são os vídeos, que muitas vezes integram ou complementam performances, e os instrumentos incomuns desenvolvidos pela dupla."

Chicks on Speed Kunstraum Kreuzberg Bethanien
Melissa Logan e Alex Murray do Chicks on SpeedFoto: Kunstraum Kreuzberg/Bethanien/Wolf Dieter Grabner

Fizemos um sapato guitarra. Foi um trabalho muito difícil, pois, além do design, envolveu muita tecnologia. Outro destaque é um tear de fios condutores. Ambos podem ser tocados como instrumentos", disse a artista.

Para Melissa, o Brasil seria um ótimo lugar para mostrar a arte do grupo. "Estive lá no começo desse ano. Acho fascinante e um pouco difícil de entender um país tão grande e com uma cultura tão rica. As pessoas são extremamente simpáticas". O Brasil está sempre presente no DJ set das meninas. "Tocamos sempre CSS [Cansei de Ser Sexy] e um vídeo superdivertido da música The book is on the table", completou.

Sem lançar disco desde 2009, o grupo já tem várias faixas prontas. "Precisamos reunir tudo em um álbum em breve. Trabalhamos com o islandês Ragnar Kjaktansson, que canta em algumas das faixas. O material novo não tem nada de electro, é um pouco mais difícil e artístico". O grupo também está organizando uma exposição em Hong Kong para o começo do ano que vem. "Estamos fazendo sempre muitas coisas. Ainda estamos sob o efeito de speed", brinca Melissa.

Chicks on Speed - Cultural Workship Now está em cartaz no Kunstraum Bethanien Kreuzberg em Berlim até o dia 23 de outubro.

Texto: Marco Sanchez
Revisão: Roselaine Wandscheer