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Após ataques, Turquia mira alvos do PKK no Iraque

11 de agosto de 2016

Ancara reage à morte de ao menos 12 pessoas no sudeste turco com bombardeios a alvos do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão. "Estrutura urbana" da legenda são objetivo de batidas policiais em Istambul.

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Avião militar turco
Foto: imago/Star-Media

Na sequência de uma onda de ataques que matou ao menos 12 pessoas no sudeste da Turquia, aviões militares turcos atacaram supostos alvos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque, informou a agência de notícias estatal Anadolu nesta quinta-feira (11/08). Ao mesmo tempo, a polícia de Istambul conduziu uma série de batidas pela cidade, detendo 17 supostos militantes curdos.

A operação transfronteiriça e as batidas policiais foram realizadas no dia seguinte à morte de quatro soldados turcos perto da fronteira com o Iraque, em ataques tendo como alvo veículos militares. Outras nove pessoas morreram no sudeste do país em dois ataques a bomba a viaturas da polícia. Dezenas ficaram feridas.

As autoridades atribuíram os três ataques ao banido PKK, que o governo classifica de terrorista. Os incidentes ocorreram num momento em que a Turquia se encontra em meio à repressão após uma tentativa de golpe militar fracassada, no último dia 15 de julho.

Um dos alvos das batidas em Istambul nesta quinta-feira foi um prédio do Partido Democrático dos Povos (HDP), pró-curdo. O presidente turco, Tayyp Erdogan, acusa o partido de ser uma extensão política do PKK. O HDP nega.

Segundo a Anadolu, a operação policial em Istambul mirou a "estrutura urbana" do PKK. Os 17 detidos na cidade turca foram acusados de "afiliação a grupos terroristas", recrutamento e protestos ilegais.

Onda de violência

Confrontos entre o PKK e as forças de segurança turcas foram retomados em meados do ano passado, depois que um processo de paz que já durava dois anos e meio entrou em colapso. Desde então, jatos turcos atacaram repetidamente alvos do PKK em ações do outro lado da fronteira.

No início desta semana, o comandante do PKK Cemil Bayik ameaçou realizar ataques contra a polícia em cidades turcas, segundo a mídia. Desde que as hostilidades foram retomadas, mais de 600 membros das forças de segurança turcos e milhares de militantes do PKK foram mortos, de acordo com a Anadolu. Ativistas de direitos humanos também reportaram a morte de centenas de civis nos confrontos.

Trata-se da pior onda de violência no sudeste da Turquia desde o início da insurgência do PKK, em 1984. Nessas três décadas de luta armada do grupo em prol da autonomia curda, dezenas de milhares de pessoas morreram em conflitos.

LPF/ap/rtr