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Grupo curdo assume autoria de ataque em Istambul

10 de junho de 2016

Falcões da Liberdade do Curdistão afirma que atentado foi retaliação a ofensivas turcas no sudeste do país. Milícia, que é ligada ao PKK, alerta que Turquia não é mais um destino seguro para turistas.

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Atentado em Istambul
Atentado em Istambul matou 11 pessoas, sendo sete policiais e quatro civisFoto: Reuters/O. Orsal

Um grupo ligado ao banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) assumiu nesta sexta-feira (10/06) a autoria do ataque a bomba realizado em Istambul nesta semana.

O grupo intitulado Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK) afirmou em seu portal de internet que realizou o atentado nesta terça-feira em retaliação às operações das forças turcas no sudeste do país, que concentra uma grande população curda. O ataque deixou sete policiais e quatro civis mortos.

"A ação foi realizada em reação aos ataques selvagens da República da Turquia em Nusaybin, Sirnak e outras localidades", diz o comunicado do TAK.

No texto publicado em quatro idiomas, incluindo inglês e alemão, o grupo também lançou um alerta aos turistas que escolhem a Turquia com destino. "Alertamos novamente todos os turistas estrangeiros que estão na Turquia ou que desejam viajar ao país", disse o grupo. "Os estrangeiros não são nosso alvo, mas a Turquia não é mais um país seguro para eles."

Explosão em Istambul deixa pelo menos 11 mortos

O grupo, que se refere ao governo turco utilizando termos como "colonial" e "fascista", afirmou que o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente Recep Tayyip Erdogan, "insiste obstinadamente numa guerra contra o povo curdo e é responsável pelas mortes de civis".

O ataque da última terça-feira ocorreu próximo à estação de metrô Vezneciler, a poucos metros de distância de locais frequentados por turistas, com o Grande Bazar e a Mesquita Azul. A fachada de uma antiga mansão otomana transformada num hotel popular foi danificada pela explosão.

O atentado foi mais um duro golpe à imagem do país como destino turístico. Em 2015, o número de visitantes caiu 30%.

O ataque desta terça-feira foi seguido de outro na província de Mardin, no sudeste turco, que deixou seis mortos, incluindo uma policial grávida. O atentado foi reivindicado pelo PKK.

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, afirmou nesta quarta-feira que o PKK propôs a retomada do processo de paz, mas ressaltou que não haverá negociações. "Não há nada para se discutir", disse Yildirim.

As autoridades do país afirmaram que aeronaves militares atacaram e mataram nesta quinta-feira entre oito e dez suspeitos de serem membros do PKK, perto da fronteira com o Iraque.

Apesar do pouco que se sabe sobre o TAK, um grupo considerado mais radical que o PKK e que promove ofensivas na zona de conflito no sudeste. Acredita-se que o grupo tenha se desvencilhado do PKK há muitos anos.

RC/rtr/afp/ap/dpa