Tropas da SADC abatem 17 insurgentes em Cabo Delgado
27 de setembro de 2021A Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, sigla inglesa) anunciou neste domingo (26.09), a destruição de uma base terrorista em Cabo Delgado, numa operação em que morreram 17 insurgentes e um soldado da missão.
A ofensiva desencadeada no sábado em apoio às forças moçambicanas teve como alvo uma base em Chitima, no distrito de Nangade, que faz fronteira com a Tanzânia, ao longo do rio Rovuma, lê-se no comunicado da SAMIM, enviado à imprensa, no final da tarde deste domingo (26.09).
"Ao que tudo indica, a base era comandada pelo xeque Njile North" e, além do soldado morto, outros três ficaram feridos, mas já estão em recuperação, diz a SADC.
Neste domingo (26.09), as tropas da SADC entraram em confronto com outro grupo de rebeldes a sul do rio Messalo, no interior da província, onde se suspeita que haja mais bases de terroristas.
A força conjunta "conseguiu matar um [rebelde] e confiscar três espingardas", além de "capturar um professor suspeito" de fazer parte da insurgência, "que está a ser interrogado", informa a SAMIM em comunicado.
A operação decorreu dois dias depois de a população relatar ataques de grupos armados contra civis mais a sul de Cabo Delgado, junto ao rio Montepuez, dando conta da morte de, pelo menos, quatro habitantes.
A SAMIM foi lançada a 09 de agosto e ficou totalmente operacional no início de setembro, juntando-se às tropas do Ruanda no apoio a Moçambique para combater a insurgência em Cabo Delgado.
A província nortenha é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde julho, a ofensiva militar conjunta tem permitido aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.