RENAMO denuncia "tentativas de aliciamento" em Marromeu
8 de fevereiro de 2019Militantes da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) terão tentado aliciar membros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) para votarem a favor da FRELIMO na nomeação de cargos de chefia, como o de presidente ou vice-presidente da Assembleia Municipal.
A denúncia é de António Bauase, porta-voz da RENAMO na Assembleia Municipal de Marromeu.
A FRELIMO saiu vitoriosa nas últimas autárquicas, mas ficou a poucas décimas de distância da RENAMO (45,78% contra 45,53% dos votos, respetivamente). Ambas elegeram o mesmo número de membros da Assembleia Municipal – oito de cada partido – enquanto o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) elegeu apenas um.
"Os membros da FRELIMO passaram pelas nossas casas para nos corromper com dinheiro, porque sabiam que estamos empatados: oito da FRELIMO, oito da RENAMO e um do MDM. Eu mesmo fui vítima disso. Contactaram-me e neguei qualquer tipo de aliciamento".
Impedimento de votar
A RENAMO, que denunciou anteriormente que o processo eleitoral em Marromeu foi fraudulento, não irá assumir nenhum cargo de chefia na Assembleia Municipal, porque um dos seus membros, substituto de um outro que faleceu, não teve direito a votar.
"Temos um membro que perdeu a vida e entregámos um documento na administração estatal solicitando a sua substituição. Chegada a hora de o juiz decidir, ele anunciou que a substituição daquele membro era automática. Mas, na hora de votação para a eleição do presidente e vice-secretário da assembleia, o juiz anunciou que o membro substituto não tinha direito de voto, uma decisão que, quanto a nós, não tem explicação."
Assim, a RENAMO ficou somente com sete votos, enquanto a FRELIMO ficou com oito, vencendo desta forma a eleição para todos os três cargos de chefia.
João Alberto, chefe da bancada da FRELIMO, justifica o impedimento ao voto com o regulamento: "Só depois de se eleger a mesa da assembleia autárquica [um ato que teve lugar apenas na quinta-feira] é que podem ser apresentados os documentos legais para se saber onde a pessoa se encontra..."
O responsável rejeitou as acusações de aliciamento, desafiando a RENAMO a apresentar provas.
Na quinta-feira (07.02), Vitória Artur Timbe tomou posse como edil. Mas a RENAMO não esteve presente.