1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

PODEMOS denuncia 13 mortes nos protestos em Nampula

Conceição Matende
28 de novembro de 2024

A polícia matou 13 pessoas e feriu mais de 100 durante os protestos desta semana na província de Nampula, avança o PODEMOS. Apesar da violência, o partido diz que a revolução em Moçambique "é irreversível".

https://p.dw.com/p/4nXc4
Campanha eleitoral do PODEMOS em Nampula
Partido PODEMOS, que apoiou candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, promete que os protestos vão continuarFoto: N. Issufo/DW

Treze pessoas foram mortas e mais de cem ficaram feridas na quarta-feira (27.11), o primeiro dia da terceira etapa da quarta fase das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane. São dados avançados pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), a força política que apoiou a candidatura presidencial de Mondlane.

José Ali, delegado do partido PODEMOS em Nampula, denuncia que a polícia disparou gás lacrimogéneo e usou balas verdadeiras contra os manifestantes em diferentes pontos da província.

"Foram treze mortos e mais de cem feridos na província de Nampula, em menos de dois dias. Os ataques foram protagonizados pela Polícia da República de Moçambique, que atirou balas verdadeiras", relatou Ali à DW. "Muitas famílias se encontram de luto nesse momento, e hoje as pessoas ficaram receosas de ir aos seus locais de trabalho".

Anteriormente, a plataforma de monitorização eleitoral Decide informou que pelo menos três pessoas tinham morrido nos protestos.

Nampula: "Resultados não refletem a vontade dos eleitores"

Segundo José Ali, várias entidades estão a trabalhar para esclarecer todos os incidentes e responsabilizar os autores da violência. "Nós, como partido PODEMOS, estamos a fazer um levantamento do que aconteceu e estamos em contacto com organizações de defesa dos direitos humanos para mostrar o que está a acontecer no nosso país", realçou.

"A revolução é irreversível"

O delegado em Nampula promete que os protestos vão continuar até ao "derrube" do regime da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). "A revolução é irreversível. Vamos continuar a dar as nossas caras e a trabalhar até que a verdade eleitoral seja resposta", destacou Ali.

A oposição e diversas organizações da sociedade civil contestam os resultados eleitorais divulgados pela Comissão Nacional de Eleições, que atribuiu a vitória à FRELIMO. O candidato presidencial suportado pelo PODEMOS, Venâncio Mondlane, convocou protestos nacionais. 

Para a terceira etapa da quarta fase das manifestações, Mondlane pediu à população moçambicana que, durante três dias, estacione as suas viaturas nas ruas durante as horas de trabalho e erga cartazes a denunciar a "fraude eleitoral". A polícia tem reprimido violentamente vários protestos. Além das vítimas mortais em Nampula, uma manifestante foi atropelada por uma viatura blindada militar durante os protestos na capital moçambicana, Maputo.

Moçambique: Jovens querem votar para mudar o país