Na Guiné-Bissau prevenção contra o ébola é a palavra de ordem
26 de setembro de 2014A estratégia baseada na ação participativa, visa consciencializar as populações sobre as medidas preventivas adequadas contra o virus do ébola, tendo em conta as ações da Ação para o Desenvolvimento (AD), na melhoria das condições de vida das comunidades, sobretudo das zonas rurais.
Neste sentido o coordenador da referida campanha, José Filipe Fonseca, disse que a ong AD não podia ficar indiferente perante uma situação de urgência nacional: "Vimos as condições em que o ébola se propaga, pensamos que nos devemos preparar para uma eventualidade."
E por isso Fonseca diz que "a AD, que já tem experiência com o surto, uma tradição de intervenção e trabalha com grupos de base, tudo isso leva-nos a pensar que nos encontramos numa boa posição para dar um contributo valioso."
Difundir formas de prevenção
Para que a campanha de prevenção do Ébola tenha efeitos multiplicadores, José Filipe Fonseca descreveu quatro componentes da estratégia de comunicação. "Com as 32 rádios e quatro televisões comunitárias, o teatro, a cooperativa cultural "Os Fidalgos", músicos, os meios eletrónicos, temos o nosso site, temos o Facebook, e temos os boletins escritos, e há formação para os jornalistas."
E não é tudo, Fonseca faz saber por outro lado que "depois há a segunda componente que é a formação de grupos. São 127 agrupamentos com os quais trabalhamos, também com 25 escolas de verificação ambiental, com cinco centros de saúde e 15 unidades de saúde básica. Trabalhamos ainda com três jardins-escola e dois centros de formação profissional."
O coordenador da AD acredita que com "toda essa gente bem formada possamos entrar numa situação de comunicação inter-pessoal e criar efeitos multiplicadores, para que a maior parte das pessoas nas áreas em que atua saiba do que se trata e como previnir o virus do ébola."
População de mangas arregaçadas
A DW África ouviu a opinião de dois moradores do bairro de Quelélé, um dos mais populosos da cidade de Bissau e onde a AD intervém desde 1991.
Uma mulher destaca o papel da comunidade nesta ação: "Penso que a intervenção é uma tarefa de todos nós, porque o Governo, por si só, não pode fazer face a este flagelo. Todos devemos meter mãos à obra para combater o ébola através nomeadamente da limpeza, porque no bairro de Quelélé a maior parte da população não tem acesso à água potável e tem de recorrer aos poços tradicionais."
E outra das entrevistadas diz que só está à espera de material para pôr mãos à obra: "Nós é que seremos as principais vítimas de qualquer doença e por isso penso que é bom por exemplo utilizar a lixivia para desinfetar a água, os legumes, limpar as nossas ruas e casas. Só assim haverá higiéne e desta forma menos riscos para contrairmos doenças do tipo ébola."
A campanha de comunicação e prevenção contra o ébola termina em agosto de 2015.