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Guiné-Bissau em alerta máximo para prevenir entrada do vírus ébola

Braima Darame (Bissau)31 de julho de 2014

Uma pessoa morreu infetada com ébola numa aldeia da Guiné-Conacri, próxima da Guiné-Bissau. Os guineenses temem que o surto passe a fronteira. As autoridades nacionais reforçaram o controlo fronteiriço.

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Foto: picture-alliance/dpa

O Governo, em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), reforçou o controlo nas fronteiras, enviou mais equipas médicas para as zonas de risco e aposta fortemente numa campanha radiofónica de sensibilização sobre o vírus ébola, segundo um plano de emergência elaborado pelas autoridades sanitárias de Bissau.

As informações que chegam dos países vizinhos não são encorajadoras. Este ano, o vírus já matou 729 pessoas na África Ocidental, segundo a Organização Mundial de Saúde. Quase todos os países da região estão em alerta máximo por causa desta epidemia sem precedentes, que mata 90 por cento dos infetados.

Por a Guiné-Bissau fazer fronteira com a Guiné-Conacri, um dos países mais atingidos pelo vírus ébola, o receio de contaminação é grande, diz o moçambicano Abubacar Sultan, representante da UNICEF.

Leute, an der Grenze des Buruntuma, ihre Hände waschen
Pessoas vindas da Guiné-Conacri lavam as mãos ao chegarem à Guiné-BissauFoto: DW/Braima Darame

"Tendo havido aqui um caso relativamente próximo da fronteira com a Guiné-Bissau, logicamente que estamos numa zona de risco", afirma.

Até hoje, não foi detetado nenhum caso de ébola em território guineense, mas numa aldeia da Guiné-Conacri, próxima da Guiné-Bissau, registou-se um morto. Isso levou ao reforço das medidas de controlo nas fronteiras guineenses.

Regras de higiene

"É necessário que as pessoas adotem um conjunto de regras, começando pelas regras de higiene pessoal. Mas também é preciso que abandonem hábitos como o consumo de carne de certos animais", afirma Abubacar Sultan. A Organização Mundial de Saúde recomenda, por exemplo, que se evite manusear carne crua de animais selvagens.

Por outro lado, a organização internacional recomenda também que quem morrer vítima de ébola seja sepultado rapidamente e num local seguro, para prevenir a transmissão do vírus a outras pessoas. Para lidar com este assunto "extremamente sensível" é preciso ter o apoio dos líderes religiosos, refere Sultan.

De resto, o representante da UNICEF garante que, no terreno, "há sistemas de circulação da informação a postos e já foram criadas as equipas técnicas para investigar possíveis casos de ébola, inclusive para recolher amostras para despistagem."

O Governo guineense e os parceiros garantem que não é preciso recear a vinda de pessoas de outros países para a Guiné-Bissau por causa das ameaças do vírus ébola.

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Esta quinta-feira (31.07), o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, convocou uma reunião do Conselho de Ministros para detalhar o plano de emergência a ser implementado pelas autoridades sanitárias. Entretanto, o executivo lançou um SOS para repor o stock de medicamentos face à epidemia.

"Recebemos a confirmação do Governo português da disponibilidade de 15 toneladas de medicamentos que devem chegar ao país nos próximos dias", anunciou Domingos Simões Pereira.

Enquanto isso, nas ruas de Bissau, os guineenses preocupam-se mais com o jogo da selecção nacional deste sábado do que com as ameaças eminentes do vírus ébola. O tema continua a ser o destaque nos serviços noticiosos. Em simultâneo, nas fronteiras, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, os profissionais da saúde combatem agora dois inimigos: o vírus do ébola e o medo da população.

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