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Moçambique: Mocímboa da Praia enfrenta situação de fome

DW (Deutsche Welle)
3 de novembro de 2024

As autoridades locais de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, alertam para as mais de 10 mil pessoas, afetadas pelo terrorismo, que estão a alimentar-se precariamente. Governo local pede ajuda para as famílias afetadas.

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Moçambicanos preparam refeição numa altura em que se vive uma situação de insegurança alimentar em algumas regiões do país
O regresso às origens agravou a situação de fome em Cabo Delgado, onde a agricultura vive dias difíceisFoto: Marcelino Mueia/DW

A insegurança regressou ao norte de Moçambique, com ataques terroristas nos distritos de Mocímboa da Praia, Mueda e Muidumbe na última semana. Esse facto está a agravar a situação de insegurança na região, especialmente para as famílias que voltaram para casa.

A crise alimentar atinge, sobretudo, as vítimas do terrorismo em Cabo Delgado. Segundo Sérgio Cipriano, administrador distrital em Mocímboa da Praia, as famílias que conseguiram produzir alimentos tiveram as suas machambas, ou campos agrícolas, saqueadas pelos insurgentes.

"Por conta da fome, os insurgentes faziam-se às suas machambas, retirando o pouco que a população tinha. Estamos a falar da zona de Chinda, Mbau, as baixas do rio Muera e da aldeia Nantadola", afirmou à DW.

Cipriano destaca que a falta de alimentos faz com que as vítimas dependam de frutos silvestres e tubérculos para sobreviver.

Campo de refugiados no norte de Moçambique
O norte de Moçambique vive ataques terroristas recorrentes, o que tem empurrado a população para fora das suas áreas de residência, agravando a situação de fomeFoto: Marcelino Mueia/DW

"Todo o distrito necessita de alguma assistência. Estamos a falar da vila, de todas as aldeias... Algumas famílias estão a sobreviver de mandioca e alimentos silvestres, retirados do mato para se alimentarem", acrescentou.

Pedido de ajuda

As autoridades locais de Mocímboa da Praia pedem ajuda humanitária urgente para apoiar estas famílias vulneráveis.

O Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (INGD) regista cerca de 576 mil vítimas que abandonaram as suas áreas devido ao extremismo e que estão agora de regresso aos seus locais de origem.

"Temos dois cenários: deslocados e um aumento significativo de retornos. No momento, temos 541.400 deslocados e 576.280 retornados", adiantou à DW o delegado Marques Naba, do INGDem Cabo Delgado.

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