MDM: Votos "roubados" dão mais assentos à FRELIMO na Beira

Apesar de ter ganho na segunda maior cidade autárquica do país, o MDM rejeita os números apresentados pelos órgãos eleitorais da Beira, que dão 67% dos votos a seu favor e 36% à FRELIMO.

Contas não batem certo

O mandatário político do partido, Domingos de Albuquerque, afirma que o partido no poder ficou pelos 28%.

"Os votos que foram subtraídos ao MDM a favor da FRELIMO correspondem a 9%. É isto que nos fez recorrer ao Conselho Constitucional na expetativa de vermos reposta a legalidade", disse

Feitas as contas, o MDM perde alguns lugares na Assembleia Municipal a favor da FRELIMO.

"Em termos de percentagem na Assembleia Municipal, com a atribuição feita da CDE ao MDM ronda os 28 membros e a FRELIMO passou a ter 18 membros. Em condições normais a FRELIMO devia ter 14 membros e o MDM 33 membros", explicou.

O caso está no Conselho Constitucional e o MDM espera "bom senso" desta autoridade para que a justiça seja feita. 

Oposição promete manifestação

"Que o Conselho Constitucional dê a César o que é de César e Deus o que é de Deus e o povo na cidade da Beira está à espera do Conselho Constitucional", disse.

Caso contrário, Albuquerque promete que os beirenses vão marchar.

"O povo vai marchar, mas por enquanto, está calmo e à espera da resposta", afirmou.

Nesta segunda feira (23.10), o cabeça de lista da RENAMO na cidade de Maputo, Venâncio Mondlane, também disse que se a verdade eleitoral não for reposta, não se responsabiliza pela tensão social.

"Vamos até as últimas consequências, o povo está disponível para isso, os jovens estão furiosos e nós vamos estar com o povo. Se for como muitos jovens dizem, metendo em casa a sua própria vida, irão derramar o próprio sangue para que a verdade eleitoral seja reposta", avisou.

A FRELIMO foi proclamada vencedora em 64 das 65 autarquias e o MDM é o único partido da oposição que conquistou um município.