Imprensa alemã destaca “luz no fim do túnel” na RCA
11 de julho de 2014O Frankfurter Allgemeine Zeitung publicou a reportagem “O risco de ser gay”, de Peter-Philipp Schmitt. A matéria aborda o fato de, durante muito tempo, no Quénia, foi subestimado o papel do quanto o sexo entre homens poderia espalhar o HIV. O Quénia é o país que começa a repensar isto.
O texto conta a história de um homem que cresceu com a ideia, compartilhada dentro de casa, de que somente as mulheres poderiam transmitir o HIV. O personagem da reportagem, por isso, tinha relacionamento sexual com homens mais velhos sem o uso do preservativo. Em troca, os adultos costumavam dar dinheiro para o então adolescente.
No entanto, o homem jamais assumiu ser homossexual e, ao mesmo tempo, nunca se sentiu à vontade para revelar para outras pessoas que é portador do HIV, “mesmo ele nunca tendo dormido com uma mulher”.
A matéria discute o fato de que os gays ainda são considerados perigosos no país e geralmente sofrem rejeição, embora o sexo entre homens parecer bastante presente na sociedade queniana. “Sexo entre homens é generalizado”, afirma o personagem da reportagem.
Solidariedade em greve
Neues Deutschland analisou o fim da greve nas minas de platina na África do Sul. Apesar dos aumentos salariais terem sido cada vez menores nos últimos anos, dois sindicatos parecem estar prontos para dividir a categoria para as próximas eleições.
“Durante cinco meses, 70 mil mineiros pararam de trabalhar, reivindicando aumento salarial. Como o fim da greve, alguns trabalhadores acabaram ficando aliviados”, escreve a matéria.
Os fundos de greve não suprem a necessidade dos trabalhadores que decidiram parar. Muitos dependeram de doações para alimentar a família enquanto seguiam em greve. “Mesmo depois da paralisação, a forte corrente de solidariedade entre os trabalhadores continua”, publica o jornal.
Die tageszeitung publicou a reportagem “Disputas de poder com o alerta do terror”, da correspondente Simone Schlindwein, de Campala.
Terror em Campala
O texto destaca que antes da Final da Copa do Mundo, o país está semelhante a uma zona de guerra. Alertas de ataques terroristas marcam a vida do cidadão ugandês. No entanto, o terrorismo é bastante real no oeste do país.
Schilindwein descreve o ambiente que encontrou nas ruas de Campala. Todos os dispositivos de exibição pública dos jogos do Mundial foram cancelados. A recomendação é que todos assistam aos jogos em casa.
Nesta sexta-feira (11/7), completam-se quatro anos do ataque terrorista na Final da Copa da África do Sul. A explosão causou a morte de 74 pessoas e outras 70 ficaram feridas. Forças de segurança patrulham a cidade, câmeras de vigilância foram instaladas e veículos blindados se deslocam pelas ruas.
Conforme a reportagem, no entanto, o grande perigo está no Oeste, onde 72 pessoas foram mortas a golpes de catana no final de semana em 13 ataques a delegacias, quartéis, banco e aos vigias do parque nacional. O que pareciam conflitos étnicos, está sendo tratado agora como ações de grupos rivais ao presidente Yoweri Museveni.
Diálogo na RCA
Além de acompanhar a epidemia do Ébola na África Ocidental, o Süddeutsche Zeitung publicou uma matéria que aponta uma esperança para a instabilidade na República Centro-Africana (RCA).
O texto destaca que, pela primeira vez, as milícias rivais concordam em estabelecer conversações de paz.
Tudo isto acontece quando as milícias muçulmanas receberam o reforço de estrangeiros do Chade e do Sudão. Os muçulmanos da Seleka e os cristãos Anti-Balaka decidiram abrir negociações para um entendimento no final de julho em Brazzaville.
Os debates preliminares estão ocorrendo há três semanas em Bangui, capital da RCA.