IBK ou Cissé? Mali escolhe novo Presidente
9 de agosto de 2018Na primeira volta, realizada a 29 de julho de 2018, o presidente cessante Ibrahim Bubacar Keita, conhecido por "IBK" fora declarado "claro vencedor" com 41,3% dos votos. IBK irá agora disputar uma segunda volta com o seguinte candidato mais votado, Soumaila Cissé, que obteve 17,8% dos votos, um número muito abaixo do que ele próprio previu.O Mali é um país instável, sobretudo fora da capital. Forças internacionais tentam manter a segurança, protegendo as cidades mais importantes dos dezenas de grupos jihadistas que insistem em controlar parte do imenso território. A comunidade internacional espera do vencedor das eleições do próximo domingo uma revitalização do acordo de paz assinado em 2015 pelo Governo e pelos rebeldes tuaregues, cuja aplicação acumula atrasos.
Mas, apesar deste acordo, a violência jihadista não só persistiu, mas também se espalhou do norte para o centro e sul do Mali, estendendo-se depois aos vizinhos Burkina Faso e Níger.
IBK apresenta-se como candidato da estabilidade
O que o Mali mais precisa, nesta situação, é de estabilidade política. Só com estabilidade política se conseguirá melhorar a situação de segurança no país e na região. É essa a mensagem do presidente Ibrahim Bubacar Keita - IBK - que se apresenta como único garante da segurança no Mali. E é com essa mensagem que ele pretende ser reeleito neste domingo.
Palavras de IBK: "Temos que convencer todos, sobretudo aqueles que ainda duvidam, de que eu sou a melhor escolha para o Mali." Essa posição é partilhada por Mussa Timbiné, vice-presidente da Assembleia Nacional do Mali e apoiante de IBK, que - em entrevista à DW África - descreve o Presidente cessante da seguinte forma: "Todos no Mali conhecem IBK, até as crianças. IBK é um homem muito exigente e quem trabalha com ele tem que ser extremamente correto. Ele não gosta de pessoas mentirosas, nem de pessoas que não respeitam a propriedade dos outros, ele detesta a corrupção."
Soumaila Cissé promete "lufada de ar fresco"
Mas no Mali há também quem queira a substituição de IBK, preferindo o seu rival Soumaila Cissé. O candidato da oposição rejeitou repetidamente os resultados da primeira volta das eleições presidenciais e até chegou a deixar no ar a possibilidade de boicotar a segunda ronda marcada para este domingo, dia 12 de Agosto.
"Os resultados são manipulados e nós não vamos aceitar, esses resultados não espelham a vontade da malianas e dos malianos, são uma autêntica fraude", afirmou, nomeadamente, Soumaila Cissé, segundo classificado na primeira ronda das eleições, com 17,8% dos votos contra 41% do Presidente cessante, Ibrahim Bubacar Keita. Numa tumultuosa conferência de imprensa em Bamako, Cissé chegou mesmo a pedir "a formação de uma ampla frente democrática contra a fraude".
Esta segunda volta é uma novidade, porque pela primeira vez na história do país, um Presidente cessante é forçado a ir a uma segunda ronda das presidenciais.