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Os desafios do próximo Presidente do Mali

Katrin Gänsler | DPA | cvt
27 de julho de 2018

Terror no norte, tensões étnicas no centro, uma alta taxa de desemprego e uma população em rápido crescimento: o futuro Presidente do Mali enfrentará enormes desafios. Eleições são no domingo.

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Foto: DW/K. Gänsler

As eleições presidenciais de domingo (29.07) no Mali deverão ser renhidas. Observadores acreditam que será uma corrida taco a taco entre o atual chefe de Estado maliano, Ibrahim Boubacar Keïta, e o rival Soumaila Cissé.

Ao todo, uma mulher e 23 homens concorrem à Presidência do país, e o vencedor terá grandes desafios pela frente.

Insatisfação com a política

O trabalho escasseia no Mali. O país ocupa o 175º lugar entre os 188 Estados no Índice de Desenvolvimento das Nações Unidas. Sobretudo os jovens - 66% dos 18 milhões de habitantes têm menos de 25 anos - queixam-se de educação precária e falta de oportunidades. A insatisfação com a política é grande, segundo Philipp Goldberg, diretor da fundação alemã Friedrich Ebert no Mali.

"Uma sondagem mostra que, especialmente os jovens no Mali, sentem um certo desencantamento com a política, e isso é visível nas ruas de Bamako e também noutras capitais regionais, como Sikasso e Kayes."

Präsidentschaftswahlen Mali
Ibrahim Boubacar Keïta (esq.) e Soumaila Cissé

A deceção pode ser ouvida em muitas conversas de rua. Mas Keïta sublinha no comícios que o Mali está muito melhor do que há uns anos atrás.

"A situação de hoje não tem mais nada a ver com a do passado, foi superada", assegura.

Esta é a mensagem principal na campanha de Keïta, que enumera, a seguir, os êxitos na construção de estradas e na agricultura, que contribui para cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB).

Estabilização do Mali

Em 2013, Keïta venceu a segunda volta das eleições contra Soumaila Cissé. Depois de um golpe de Estado no ano anterior e dos meses de ocupação do norte por grupos islâmicos, a tarefa do Presidente era reconciliar e, acima de tudo, estabilizar o país. A missão das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) também deveria contribuir para isso. Atualmente, há quase 13.300 capacetes azuis no país, incluindo quase 700 alemães. 169 soldados foram mortos desde o início da missão.

Mali Wahl in Mali 2018 | Martin Nadon
Martin Nadon: "A MINUSMA não organiza as eleições"Foto: DW/K. Gänsler

No Mali, comenta-se que as eleições presidenciais de domingo não teriam sequer lugar sem a MINUSMA, que chegou a oferecer aos candidatos presidenciais transporte para cidades perigosas como Kidal e Tombuctu. Mas Martin Nadon, diretor do gabinete eleitoral da missão, opõe-se: "A MINUSMA não organiza as eleições, nem é responsável pela segurança. Apoiamos apenas em termos de segurança e organização. Se houver áreas onde, a 29 de julho, não se poderá votar, haverá ações do Ministério para lidar com esta situação."

Dúvidas sobre transparência

Entretanto, apoiantes do candidato da oposição Soumaila Cissé duvidam da transparência das eleições. Segundo eles, há dois cadernos eleitorais e mais de 1,2 milhões de eleitores fictícios - o país tem quase de 8,5 milhões de eleitores, de acordo com dados oficiais.

Além disso, ainda não é claro como será a participação dos eleitores no norte do país, por causa da falta de segurança.

Os desafios do próximo Presidente do Mali

Seydou Diallo, um morador de Sikasso, no sul do Mali, sublinha que quer votar nas presidenciais, dê por onde der. No entanto, não considera que o futuro Presidente seja o único responsável pelo futuro do país.

"O novo Presidente certamente terá as suas ideias e ambições, mas ultimamente são as pessoas que têm de impulsionar o país todos os dias."

Se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta no próximo domingo, haverá uma segunda volta, a 12 de agosto.

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