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Febre-amarela: vacinação nos municípios fronteiriços

Vanessa Raminhos28 de junho de 2016

O surto de febre-amarela em Angola, que em seis meses matou mais de 400 pessoas, ameaça passar a fronteira. Organização Mundial de Saúde e Governo avançam com vacinação nos municípios fronteiriços.

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Aedes Aegypti-Mücke
Foto: picture-alliance/dpa/G. Amador

Angola está a passar por uma das piores epidemias de febre-marela dos últimos anos. Em apenas seis meses já matou mais de 400 pessoas e ameaça passar a fronteira, em direção à República Democrática do Congo e Uganda.

Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que o surto levou à rutura das reservas mundiais de emergência da vacina, mas já está em progresso uma campanha de vacinação em Angola e nos países vizinhos

"Agora estamos a vacinar em 11 municípios, amanhã (29.06) começam a ser vacinados outros 9 municípios, entre os quais municípios da fronteira com a República Democrática do Congo”, afirma Hernando Agudelo, representante da OMS em Angola.

O risco de contágio a países vizinhos é grande e, por isso, o Governo angolano avança, em colaboração com a OMS, com uma campanha de vacinação em “três distritos do norte, [na fronteira] com a República Democrática do Congo, e em dois distritos do sul, [na fronteira] com a Namíbia”.

Epidemia começa a diminuir
Responsável por mais de 400 mortes e depois de já ter atingido milhares de pessoas em Angola, a epidemia de febre-amarela começa a recuar. “O número de casos é drasticamente mais baixo, quando se compara com os meses de março ou abril”, afirma o representante da OMS no país.

Angola Luanda Impfkampagne Gelbfieber
Luanda foi a primeira cidade a ser alvo de uma campanha de vacinação, que arrancou em fevereiroFoto: DW/B. Ndomba

Agudelo diz ainda que esta semana “foram só confirmados três casos, quando chegámos a ter semanas em que tínhamos 20, 30, 40 ou 50 casos. No mês de maio, por exemplo, houve 34, 35 casos numa semana”.

O representante da OMS destaca a importância de proteger as regiões fronteiriças de Angola, de modo a impedir que o surto se alastre aos países vizinhos. "Dentro da proposta estratégica, queremos fazer uma área de proteção a nível da fronteira. As fronteiras são virtuais, podemos andar de um lado para o outro, e são cinco mil quilómetros de fronteira entre Angola e os outros países, o que é muito difícil controlar”, afirma Agudelo.Para continuar com a erradicação da doença, o representante da Organização relembra que, para além da vacinação, “a primeira arma para combater a febre-amarela”, é importante que as famílias tenham cuidado com os depósitos de água limpa abertos em suas casas, de modo a “evitar ter criadouros de larvas nas suas casas, impedindo que os mosquistos se reproduzam. Assim, diminui-se o número de mosquitos e o alastramento da doença a outras pessoas”.

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