EUA sancionam Alpha Condé por violação de direitos humanos
9 de dezembro de 2022Sob a presidência de Condé, "as forças de segurança envolveram-se em violência contra apoiantes da oposição, levando a um referendo constitucional em março de 2020 que permitiu a Condé concorrer a um terceiro mandato" e "a violência contra membros da oposição continuou durante e após as eleições presidenciais guineenses de outubro de 2020", disse esta sexta-feira (09.12) o executivo norte-americano.
De acordo com um comunicado do Departamento do Tesouro, no início de 2020, Condé, atualmente com 84 anos, ordenou aos seus ministros que criassem uma unidade policial para responder aos manifestantes com violência, que acabou sendo mortal.
"Relatórios indicam que em 2020 o Governo prendeu e deteve arbitrariamente membros da oposição. Por volta das eleições presidenciais guineenses de outubro de 2020, as forças de segurança usaram força excessiva para dispersar os apoiadores da oposição", disse a nota.
Outros incidentes
Entre outros incidentes, as forças de segurança supostamente dispararam contra a multidão que se reuniu para comemorar o anúncio da vitória da oposição de Condé e atingiram dois menores, matando um deles, e disparam contra as costas de outro enquanto fugia.
"Após as eleições de outubro de 2020, as forças de segurança teriam matado mais de uma dúzia de cidadãos, incluindo indivíduos mortos à queima-roupa que não representavam perigo imediato para as forças de segurança", frisou Washington.
Tendo em conta os "graves abusos dos direitos humanos relacionados ao seu mandato", os EUA congelaram os bens do ex-chefe de Estado e proibiram qualquer relação comercial com o político.
Condé manteve boas relações com os Estados Unidos até aos seus esforços para alterar a Constituição em março de 2020 para concorrer a um terceiro mandato.