Eleições no Mali marcadas por violência
30 de julho de 2018A votação foi temporariamente suspensa numa assembleia de voto na cidade de Kidal, no norte do Mali, depois de um ataque à bomba, que não fez vítimas, segundo a missão das Nações Unidas no Mali (MINUSMA).
Ataques como o deste domingo (29.07) tornaram-se rotina nos meses que antecederam a votação no país.
Votação comprometida?
"Percebemos que aqui e ali ocorreram alguns incidentes e alguns eventos violentos, mas acredito que sejam casos isolados, que não colocam em questão a evolução positiva em termos de segurança do nosso país", afirmou Bocary Treta, diretor de campanha do Presidente Ibrahim Boubacar Keïta.
Mas para o candidato e líder da oposição Soumaila Cissé, a falta de segurança compromete a votação. "Em Dianké, houve tumultos, material eleitoral foi roubado e as assembleias de voto foram fechadas. Noutros lugares também houve problemas, mas faremos uma avaliação detalhada depois", disse Cissé ainda antes do fecho das urnas.
A chefe da missão de observação da União Europeia, Cécile Kyenge, pediu às autoridades que publiquem a lista dos círculos eleitorais onde os cidadãos não puderam votar por razões de segurança.
"Para nós, a transparência, rastreabilidade e particularmente a integridade das eleições são uma prioridade", frisou.
Denúncias de fraude
Além da questão da segurança, as eleições ficaram também marcadas por uma polémica sobre as listas eleitorais. A oposição denunciou o risco de fraude devido às diferenças entre a lista usada para preparar os cartões de eleitor e a lista final publicada.
Mas o Presidente Ibrahim Boubacar Keïta desvalorizou as suspeitas: "A polémica sobre isso é absolutamente desnecessária. O principal é que as pessoas possam celebrar."
Além de Boubacar Keïta e do líder da oposição Soumaila Cissé, outros 22 candidatos, incluindo uma mulher, concorrem à Presidência do Mali.
O novo Presidente terá de lidar com questões como o desenvolvimento económico, a revisão do acordo de paz assinado em 2015 e a restauração da segurança no país, assolado por grupos radicais islâmicos desde um golpe militar em 2012.
Os primeiros resultados são esperados até esta terça-feira (31.07) e os resultados oficiais provisórios até 3 de agosto. Uma eventual segunda volta poderá ocorrer a 12 de agosto.