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DW completa 65 anos a crescer em importância

Christoph Strack | cvt
3 de maio de 2018

A emissora internacional alemã completa 65 anos esta quinta-feira (03.05). A DW acompanhou as evoluções tecnológicas e conquistou reconhecimento do público e apoio do Parlamento alemão.

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Deutsche Welle, Bonn
Vista parcial do prédio da DW em BonaFoto: M. Becker/dpa/picture alliance

A Deutsche Welle entrou no ar a 3 de maio de 1953, a partir da cidade de Colónia.

"As emissões da Deutsche Welle estreiam com um discurso do Presidente da República Federal da Alemanha, professor Theodor Heuss", disse o apresentador ao introduzir a fala do Presidente.

"Prezados e queridos ouvintes em país distante, poucas semanas depois que assumi o cargo de Presidente em Setembro de 1949, recebi a carta de um camarada de escola do Brasil. Ele já se encontrava lá por algumas décadas. Após algumas palavras pessoais amigáveis e recordações, veio a frase: ‘Cuide lá para que em breve emissões de rádio alemãs novamente cheguem a nós. Música sobretudo, palestras, relatos sobre como as vão as coisas na terra natal", relatou Theodor Heuss na primeira emissão da DW.

Bundespräsident Theodor Heuss
Theodor Heuss, Presidente da Alemanha de 1949 a 1959Foto: AP

A missão da emissora, na época, era "transmitir aos ouvintes no exterior uma imagem política, econômica e cultural da Alemanha".

Como transmissora de ondas curtas, inicialmente apenas no idioma alemão, a DW conquistou uma audiência em muitas partes do mundo. Já em 1954, as primeiras línguas estrangeiras foram adicionadas - entre elas português. Em 1992, veio a televisão e logo depois, a oferta online.

Evolução na forma de comunicar

"Claro, os tempos de ondas curtas eram mais fáceis", diz o atual diretor-geral da DW, Peter Limbourg. "Era possível alcançar todos os cantos da Terra", acrescenta.

Atualmente, a transmissão de conteúdo é muito mais complexa. "Ao mesmo tempo, através da internet, das redes sociais e da nossa rede de parceiros, temos a chance de alcançar significativamente mais pessoas do que antes", considera.

"Oferecemos, como antes, uma mescla de notícias, reportagens e análises, mas apresentada de forma mais moderna e mais alinhada aos interesses de nossos grupos-alvo, que são diversos e muitas vezes muito jovens", explica Limbourg que chefia a emissora já há quatro anos e meio e quer fortalecer a sua presença internacional.

Afrika, Elfenbeinküste, Digitalisierung durch das Smartphone
Smartphones são os novos receptores de conteúdoFoto: Getty Images/I.Sanogo

Oferta multimídia

O que o termo "emissora" exprime de forma apenas resumida, é algo bastante amplo: programas de televisão em quatro idiomas, diversos programas em áudio, assim como notícias online em 30 idiomas e amplas atividades nas mídias sociais.

Os smartphones estão a se tornar cada vez mais importantes como receptores de conteúdo. Os ouvintes do passado são agora, em sua maioria, jovens "seguidores" nas redes sociais.

Algo que poucos na Alemanha sabem: A DW Akademie treina milhares de profissionais do jornalismo desde 1965.

Ocasionalmente, ministros alemães também encontram no exterior interlocutores de alto escalão que falam sobre a influência que a Deutsche Welle teve na vida deles.

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Terrorismo reflete difícil situação global atualFoto: Getty Images/AFP/M. Abdiwahab

Informação em tempos de crise

Por ocasião do 65º aniversário da DW, muitas coisas são semelhantes à difícil situação política global do período de fundação. Mais uma vez fala-se de uma "Guerra Fria", as liberdades de expressão e de imprensa estão ameaçadas em todo o mundo.

"Os tempos tornaram-se mais difíceis, o que significa mais trabalho para a DW. Precisamos informar, construir pontes e comunicar valores", diz o diretor-geral da emissora.

"Se agora chamamos a isso de 'Guerra Fria' ou de 'ordem mundial multipolar' - os desafios colocados pela propaganda, notícias falsas, migração, mudanças climáticas e terror estão a aumentar", acrescenta.

Peter Limbourg também menciona o bloqueio parcial das ofertas da DW – como, por exemplo, na China ou no Irão. Isso "nos preocupa, mas também mostra que o nosso trabalho é muito relevante", considera.

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A jornalista da DW África, Nádia IssufoFoto: DW

Moderna, multicultural e liberal

"Os funcionários são a chave para o sucesso da Deutsche Welle", diz a declaração de missão da DW. Em suas duas sedes, em Bona e Berlim, trabalham cerca de 3.400 profissionais com mais de 60 nacionalidades.

Assim, a emissora é provavelmente mais multicultural que qualquer outra instituição na Alemanha.

O número de correspondentes em África, na Ásia e na América Latina está a crescer.

"Essa diversidade é um tesouro e um dos pontos fortes da DW", diz Limbourg. "Nós aprendemos uns com os outros e vemos que através da troca entre as culturas, religiões e tradições podem surgir coisas novas e boas. Tudo isso, fazemos com base em nossa Constituição liberal. Para mim, é um grande prazer trabalhar aqui com tantos colegas diferentes e inspiradores", afirma.

O diretor-geral da DW, Peter Limbourg, define a emissora como "uma casa de mídia moderna com funcionários muito flexíveis e com sede de experimentar".

Global Media Forum 2016 Peter Limbourg
Peter Limbourg, diretor-geral da DWFoto: DW/M. Müller

Sucesso no exterior

Mas com certeza, até mesmo os rostos proeminentes da Deutsche Welle permanecem desconhecidos na Alemanha. O retorno vem "de fora".

Sandra Petersmann, uma jornalista com muitos anos de experiência em regiões em crise, teve uma prova disso na Eritreia. Como estagiária da DW, ela viajava com uma organização de ajuda humanitária no Corno de África, em 2000.

"Nós passamos no final da tarde por uma pequena aldeia onde algumas dezenas de pessoas se reuniram em torno de um pequeno rádio a pilha sob uma grande árvore", recorda.

"O som de identificação da estação deixava claro: a Deutsche Welle estava a transmitir. Eu não entendia sequer uma palavra do programa amárico, mas quando deixei claro aos ouvintes que eu era jornalista DW, fui imediatamente convidada para uma cerimônia tradicional de café com incenso", conta a cientista política de 45 anos.

Algo semelhante, Petersmann experimentou mais tarde no Afeganistão, "lá longe, nas aldeias, onde as pessoas vivem sem TV e têm fome de informações". A jornalista lamenta que a DW tenha deixado de transmitir em rádio na maioria de suas línguas. Em tempos de podcast e áudio social, faltam hoje em dia as antigas capacidades para se fazer rádio.

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Entrada do prédio da DW em BerlimFoto: picture-alliance/dpa/ZB

Cobertura de temas sensíveis

Também em dias atuais, quem entra como repórter em um dos campos de refugiados, na Jordânia ou na Turquia, com um microfone da DW, é logo reconhecido.

Quando Jaafar Abdul-Karim, de 36 anos, apresentador mais famoso da TV em árabe da DW, está em Beirute, Amã ou no Cairo, é constantemente abordado. Seu programa "Shabab Talk" aborda questões que as emissoras nacionais evitam e atinge, assim, milhões de jovens.

Outro exemplo: Quando textos online nas línguas urdu ou chinês ganham um número surpreendentemente elevado de cliques - frequentemente isso é resultado de reportagens sobre liberdade de expressão, direitos das mulheres, corrupção ou sobre uma melhor educação.

Aliás, também por reportagens sobre a política do Governo alemão sob a liderança da chanceler Angela Merkel, em tempos de governantes mundiais como o Presidente norte-americano Donald Trump e o russo Vladimir Putin.

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Reconhecimento do Parlamento alemão

Enquanto houve controvérsias políticas ocasionais sobre a Deutsche Welle nos anos passados – em tempos globalmente instáveis, a política alemã sabe o valor que tem na emissora. Recentemente, o Parlamento alemão debateu o trabalho da DW.

O ponto de vista do Bundestag é importante, pois desde 1960 o trabalho da emissora é assegurado por uma "Lei da Deutsche Welle".

Foi lá que o político especializado em mídia, Martin Rabanus, do Partido Social Democrata (SPD), emitiu um elogio em relação a esta "empresa de mídia global" do qual quase ninguém discorda: "Esta casa transmite fatos ao invés de notícias falsas, de forma independente, inovadora, vinculada a valores e com coração", declarou.

Segundo pesquisas internacionais, nada menos que 96% dos usuários das ofertas da DW atestam uma alta credibilidade da emissora. Isso com uma audiência de mais de 150 milhões de usuários por semana – e com tendência a aumentar.

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