Desejos dos angolanos para 2019
4 de janeiro de 2019O ano de 2019 começou com novas exonerações e cortes nas despesas públicas. O Presidente angolano, João Lourenço, mandou suspender e restringir direitos e regalias que abrangem os titulares de cargos públicos. Os governantes, magistrados e respetivos cônjuges vão deixar, por exemplo, de viajar em primeira classe.
Cidadãos ouvidos pela DW na capital angolana esperam que este tipo de medidas continue e que o novo ano traga melhorias. Laurindo Fernandes, residente em Luanda, pede ao Governo que "trabalhe mais com o povo".
"Trabalhar com o povo é a melhor coisa que se faz, porque é o povo que sente, é o povo que passa pelas dificuldades e é o povo que tem de apontar o que está certo e o que está errado e o que se deve mexer", afirma.
Ou seja, "nada de trabalho institucional ou de trabalhar fechado, como na governação do ex-Presidente", José Eduardo dos Santos, adverte o cidadão.
Menos corrupção, mais condições
Timóteo Paulo Miranda, outro habitante da capital angolana, defende mais transparência na luta contra a corrupção e impunidade, anunciada pelo novo Presidente, nomeadamente no processo de repatriamento coercivo de capitais domiciliados no estrangeiro.
"Se nós queremos combater a corrupção temos que adoptar a transparência", refere. "O facto de não se mostrar os autores que desviaram os fundos públicos é uma questão de oficioso. Nesse caso, não sei exatamente se vai trazer algum benefício para o nosso país, porque a não transparência do próprio processo acaba por viciar as próprias políticas de repatriamento."
Ainda assim, a sua esperança é que se possa reaver muito do dinheiro "que foi roubado durante muito tempo de governação."
O ano de 2018 foi marcado pela "Operação Resgate", que, entre outros objetivos, visa acabar com a venda ambulante no país. Muitos jovens ficaram desempregados. Como a vida continua cara, muitos estão sem poder de compra.
Vasco Zanji espera que 2019 traga melhores condições de vida para os angolanos: "Penso que a água, como um elemento essencial, o saneamento básico e a energia devem ser prioridades. A água e a energia já nem deviam ser um problema, principalmente na capital."