Chade e Níger querem reforçar combate ao terrorismo no Sahel
13 de julho de 2022Num encontro na capital chadiana, N'Djamena, os Presidentes Mahamat Idriss Déby Itno, do Chade, e Mohamed Bazoum, do Níger, assinaram um acordo de cooperação em segurança, sem revelar pormenores sobre o conteúdo.
O líder do Níger recusou ainda comentar a redistribuição no seu país das forças francesas da Operação Barkhane, expulsas do Mali por decisão da junta militar no poder em Bamaco.
"A decisão de retirada do Mali é um episódio que será superado, em breve haverá uma reunião" entre os outros quatro países que integram o G5 Sahel - Chade, Níger, Burkina Faso e Mauritânia - "para garantir que o G5 seja viável", salientou Bazoum durante a conferência de imprensa.
Esperanças que o Mali reconsidere
O Mali anunciou em 16 de maio que abandonava a aliança militar, cujos exércitos nacionais lutam, ao lado das forças francesas integradas na Operação Barkhane, contra os vários movimentos extremistas islâmicos que ameaçam a segurança do Sahel e cuja atividade se tem vindo a alargar para o sul do continente.
O general Mahamat Déby, proclamado "Presidente de transição" à frente de uma junta de 15 generais após a morte do seu pai Idriss Déby Itno há 15 meses, "lamentou" a saída do Mali: "Vamos continuar otimistas e esperar que [o Mali] reconsidere a decisão".
A França, que durante vários anos mobilizou milhares de soldados para o Mali, foi expulsa pela junta militar, no poder na sequência de um golpe de Estado em agosto de 2020.
Exército chadiano pilar do combate ao terrorismo
No Níger, o novo parceiro privilegiado do Exército francês, Paris manterá mais de mil homens, três aviões de combate, seis 'drones' armados e quatro a seis helicópteros, anunciou recentemente o executivo francês.
Os dois chefes de Estado, que anunciaram sem mais informações que haviam assinado um novo "acordo no setor da segurança", não disseram nada sobre a redistribuição de militares seus no Sahel, inevitável face á redução do contingente militar francês.
O Estado-Maior francês da operação que sucederá à Barkhane será mantida por enquanto em N'Djamena, mas os seus efetivos serão reduzidos, segundo Paris.
O exército chadiano, que é regularmente mobilizado para ajudar os países vizinhos, é o principal pilar regional do combate ao fundamentalismo islâmico.