Angola: Atuação da polícia durante campanha divide opiniões
15 de agosto de 2017Benedito Daniel, candidato do Partido de Renovação Social (PRS) à Presidência da República, começou a sua campanha para as eleições de 23 de agosto no centro e no sul do país. O cabeça-de-lista do PRS diz que naquelas regiões a polícia cumpriu o seu papel. "No sul fomos muito bem escoltados porque a maioria das esquadras estão bem apetrechadas", afirma.
No entanto, Benedito Daniel, que se encontra agora no leste de Angola, reclama da atuação da Polícia Nacional na Lunda Norte. Conta que no município de Chá Muteba, por exemplo, a polícia viu-se forçada a recorrer a uma viatura privada para o escoltar. "Isso é inadmissível", sublinha o líder do PRS.
Dois pesos e duas medidas
A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) também se queixa da atuação da polícia. O secretário-geral da Coligação, Leonel Gomes, diz que o candidato à presidência, Abel Chivukuvuku, foi abandonado em zonas de dificil comunicação.
"Já ocorreu isso nos troços Wakukungo-Huambo, Huambo-Chinguary, Lubango-Chongoroi e no leste de Cafunfo até Chá Muteba", exemplifica Leonel Gomes.
A CASA-CE acusa a polícia de agir com dois pesos e duas medidas. "Há um certo candidato que, quando sai, a polícia investe todos os meios, incluindo meios aéreos", critica o secretário-geral da coligação.
Pequenos incidentes
Já a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) diz não ter grandes motivos de queixa. "De uma maneira geral, a polícia tem cumprido o seu papel na cobertura das movimentações das nossas caravanas e das nossas atividades públicas", afirma o diretor de campanha do maior partido da oposição, Franco Marcolino Nhany.
"Eles também dizem que nós temos facilitado a tarefa", acrescenta o diretor de campanha da UNITA. O partido do galo negro fala apenas em pequenos incidentes. "Tem havido alguns casos isolados no país de alguns polícias pouco responsáveis que, talvez, por razões partidárias procuram cumprir ordens superiores".
A DW África tentou, sem sucesso, ouvir a Polícia Nacional de Angola.