Angolanos prevêem dificuldades na quadra festiva
17 de dezembro de 2018Este é já o quarto ano em que os angolanos passam a quadra festiva em dificuldades. Desde 2015 que o país é assolado por uma crise económica e financeira que resultou da baixa do preço do petróleo no mercado internacional. Angola depende essencialmente da importação de bens e serviços, mas, no mercado, não há divisas e os produtos da cesta básica continuam escassos.
À semelhança dos anos anteriores, este ano também será difícil: "Desde que [a crise] começou até hoje, as coisas não correram nada bem", diz um residente de Luanda em entrevista à DW África.
"Podemos estar sossegados"
O ministro angolano do Comércio, Jofre Van-Dúnem Júnior, garante, porém, que não haverá rutura de "stock" dos produtos da cesta básica durante o Natal e o Ano Novo.
"Para esta quadra festiva e para o primeiro trimestre do próximo ano, nós teremos a garantia de eventualmente não haver falha nenhuma no que diz respeito ao abastecimento da cesta básica e, nesse último mês do ano, para produtos da quadra festiva. Podemos estar sossegados. Não só em Luanda, mas também noutras províncias, a cesta básica está garantida."
Não será o caso da região leste do país. Nelson Euclides, residente da província do Moxico, fala em escassez de bens e serviços na sua zona e afirma que os preços no mercado local dispararam.
"Uma vez que há dificuldades nas vias, não tem havido acesso total e as coisas aqui sobem de preço", comenta. "Nesta altura, uma caixa de peixe lambula [sardinha] está a 7.000 kwanzas [20 euros], o carapau está entre 350 e 400 kwanzas [1 euro] e uma coxa de frango está a 400 ou 500 kwanzas [1,40 euros]. As coisas ficam mais difíceis nesta altura."
Combate à especulação
No entanto, o ministro do Comércio, Jofre Van-Dúnem Júnior, garante que a especulação de preços por parte dos agentes económicos do setor privado será sancionada.
"A lei prevê quais são as sanções a aplicar no caso de comprovada especulação desta gente usa deste artifício para aumentar os seus preços neste período", afirmou o governante.
Durante a quadra festiva também se multiplicam as campanhas de ajuda às pessoas mais necessitadas, entre elas, crianças e doentes. Muitas pessoas e organizações levam bens aos hospitais, centros de acolhimentos e outras instituições.