PRA-JA é novo projeto político de Chivukuvuku em Angola
2 de agosto de 2019À frente do PRA-JA está Abel Chivukuvuku, afastado da liderança da CASA-CE, a terceira maior força política de Angola, em fevereiro deste ano, depois de ser acusado de fazer oposição à própria coligação.
O novo partido surge assim menos de seis meses depois com a promessa de ser uma "alternativa" no "firmamento político" de Angola. Durante a cerimónia da Assembleia Constituinte do PRA-JA, esta sexta-feira (02.08), Abel Chivukuvuku apontou as eleições autárquicas como o primeiro desafio, embora o seu principal foco sejam as eleições gerais de 2022.
"Dedicaremos o ano de 2021 para trabalharmos afincadamente para o nosso crescimento e estarmos preparados para as eleições gerais de 2022, nas quais teremos que ser, para o bem de todos os angolanos, uma alternativa positiva, pacífica, para o nosso país", disse em Luanda perante várias dezenas de apoiantes.
Confiante na legalização
O pedido de formalização do novo partido foi entregue esta sexta-feira no Tribunal Constitucional (TC) de Angola, após um percurso de três quilómetros feito a pé pelo próprio político. À saída, Abel Chivukuvuku manifestou-se "completamente confiante" na legalização do novo partido.
"É a primeira vez na minha vida que faço um partido político, nunca o fiz, e pela primeira vez vou fazê-lo e quero ter também confiança nas instituições da República de Angola", referiu. Segundo o político, para o processo de legalização, que se consubstancia na recolha de assinaturas de suporte, a meta é "largamente ultrapassar a norma legal, que diz que são 7.500".
"Nós vamos apresentar entre 30 mil a 50 mil [assinaturas] para garantir que não haja empecilhos. Terminada esta fase esperaremos também pela legalização do PRA-JA, o que nos levará para a terceira e derradeira que será a institucionalização", avançou.
Bandeira e lema
Antes da deslocação ao TC, foram aprovadas a sigla e a bandeira do novo partido, que escolheu como lema "Servir Angola".
Diante de dezenas de apoiantes, Chivukuvuku fez várias promessas, incluindo a de colocar o cidadão angolano no centro do trabalho político.
"Chegou a hora de assumirmos o angolano como a razão de ser de todos os nossos propósitos políticos e da nossa existência como servidores públicos", afirmou. "Assumamos os cidadãos angolanos como a base essencial para a construção, assumamos as nossas crianças muitas vezes deixadas desprotegidas horas a fios pelas corajosas mães zungueiras", acrescentou.
Chivukuvuku realçou ainda que são precisas mudanças de fundo no país "para acabarmos com a fome em Angola, para acabarmos com as crianças fora do sistema de ensino, para acabarmos com a juventude que não tem emprego".
Caso a nova força política seja aprovada pelo Tribunal Constitucional, o primeiro congresso do PRA-JA deverá ser realizado no primeiro trimestre de 2020. Os estatutos do projeto político de Abel Chivukuvuku deverão prever um mandato de presidente de cinco anos, renovável apenas uma vez.