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A nova estratégia da UE e do G20 para África

Maria Cristoph | vr
9 de junho de 2017

"Investir num futuro comum" não é apenas o slogan da parceria entre o continente e o G20, mas uma afirmação da importância do desenvolvimento em África - sobretudo quando se trata de resolver o problema da imigração.

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Foto: picture-alliance/dpa/AP/J. Moron

A imigração africana é, cada vez mais, um tópico controverso na política europeia e a União Europeia (UE) e o G20, composto pelos 20 países mais desenvolvidos e industrializados, estão, por isso, a redesenhar a sua estratégia para p continente.

Em Bruxelas, durante o evento "Dias para o Desenvolvimento Europeu", o Parlamento Europeu, o Conselho de Ministros e a Comissão Europeia - assinaram o "Consenso Europeu para o Desenvolvimento", em resposta à agenda para 2030 definida pela Organização das Nações Unidas em 2015.

Neven Mimica, comissário da União Europeia (UE), explicou como a ideia de trabalho para o desenvolvimento tem vindo a mudar ao longo dos últimos anos.

Neven Mimica
Neven Mimica defende um crescimento ecnómico mais inclusivoFoto: DW/Bernd Riegert

"Se olharmos para as primeiras ideias para o Desenvolvimento do Milénio, a estrutura era mais ou menos simples. Mais crescimento, menos pobreza. Agora, a questão chave é diferente: já não é 'o crescimento é suficiente?', mas sim 'será que este crescimento económico é sustensável? É suficientemente inclusivo?'", lembrou.

O crescimento económico inclusivo, como destaca o comissário europeu, não significa apenas investir nos setores certos, mas sim estabelecer um ambiente estável para os negócios africanos nas áreas urbanas e rurais.

Aposta na agricultura

O nigeriano Kanayo F. Nwanze tem vindo a trabalhar como líder de desenvolvimento no continente e foi galardoado com o prémio "Africa Food Prize", pelo seu trabalho em aumentar os recursos que melhoram a vida de milhões em África.

A nova estratégia da UE e do G20 para África

"Temos de olhar para além da produção e comercialização de bens primários e matérias-primas para a Europa e para o mundo. Temos de ter capacidade de transformar esses materiais e construir uma indústria agrícola, porque é aí que está o mercado", defende.

De modo a ter capacidade para transformar a economia do continente africano, o trabalho de Nwaze foca-se nas preocupações de pequenos produtores agrícolas nas regiões rurais.

"A agenda das Nações Unidas para 2030 pretende não deixar ninguém para trás, através da erradicação da pobreza e da fome em todo o mundo, lembra. "Em África, 80% daquilo que consumimos é produzido por pequenos produtores. E se queremos fazer isso, temos que investir neles, porque, caso contrário, a fome e a pobreza continuarão a existir em 2050".

Kanayo Nwanze reforça que, se a Europa pretende parar a imigração proveniente de muitos destes países africanos, tem de aprender a investir no espaço rural. "Quando as pessoas não têm oportunidades económicas nas suas zonas rurais, elas emigram. Primeiro, para favelas, onde ficam frustrados e querem sair do país", salienta.

Por isso, defende, "África tem de ser desenvolvida pelos africanos, para os africanos em África", mas com o apoio dos outros países. "Uma árvore também precisa de ter as suas raízes firmes no solo em que foi plantada antes de poder utilizar a energia do sol e da chuva", lembra.