A difícil reconstrução da Mogadíscio pós-shebab
16 de junho de 2012
Mas, apesar da maior tranquilidade com a expulsão de milícias fundamentalistas islâmicas Al-Shebab, ligadas à rede terrorista internacional Al Qaeda, os habitantes da capital da Somália ainda dependem de ajuda alimentar, como centenas de milhares de somalis.
"A população pode até ter fé, mas está sem nenhuma ajuda, muitas vezes sem perspectiva de sobrevivência. As organizações não governamentais quase não existem no terreno. Mas, agora, a ajuda começa a voltar", afirma o coronel Oscar Nzohabonimana, das forças armadas do governo de transição somali, conhecido pela sigla TFG.
"É possível andar nas ruas, a 10 quilômetros do aeroporto. A população começa a voltar, tinha deixado os pertences para trás por causa das batalhas e agora começa a retomá-los", relata o coronel – e, apesar dos recentes ataques das milícias shebab nos arredores de Mogadíscio e seu deslocamento no sul da Somália, como no porto de Kismayo, o governo somali está otimista.
Também Kilian Kleinschmidt, coordenador adjunto do OCHA, sigla em inglês para o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários em Mogadíscio, diz que o comércio na capital está voltando aos poucos. "Existe espaço, aqui, para a ação humanitária, apesar de todos os desafios que se veem atualmente aqui. Devemos reforçar não somente a presença da ONU, mas também a entrega de serviços indispensáveis aos habitantes", avalia, dizendo-se feliz ao ver pessoas em Mogadíscio retomando trabalhos e conseguindo empregos.
Para Kleinschmidt, a fome que abalou a Somália e outros países da região em 2011 passou , mas a situação continua crítica. De acordo com o OCHA, 200 mil habitantes de Mogadíscio – de um total de cerca de 2 milhões de habitantes – foram deslocados e vivem atualmente em condições precárias.
Acompanhe no link abaixo o Contraste produzido por Melissa Chémam e apresentado por Renate Krieger.
Autora: Mélissa Chémam / Renate Krieger
Edição: António Rocha