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Áustria: exemplo para União Européia?

(en/ca)2 de janeiro de 2006

Com o sucesso de suas reformas, a expectativa por parte dos outros países é grande com a presidência rotativa da União Européia, assumida pela Áustria no primeiro semestre de 2006.

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A Áustria na presidência da União Européia: um bom exemplo?Foto: AP

"Mais confiança, mais clareza e mais impulso" é como a ministra austríaca das Relações Exteriores, Ursula Plassnik, define as expectativas de seu país na presidência da União Européia durante o primeiro semestre de 2006.

A esperança de que a Áustria traga dinamismo e confiança ao bloco europeu é grande, principalmente após a presidência do Reino Unido, severamente criticada como ociosa por parlamentares europeus.

A Áustria é hoje, em muitos pontos, um exemplo de crescimento econômico. Algo que interessa sobretudo ao seu principal parceiro econômico, a Alemanha.

Na Áustria, reformas já são há muito tempo realidade

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A Áustria é atualmente um dos países mais prósperos da EuropaFoto: APGraphics

Os cidadãos austríacos estão entre os mais ricos da União Européia e o índice de desemprego do país não chega à metade do alemão. As duras reformas no mercado de trabalho pelas quais a Alemanha passou em 2005 já são, há muito, realidade na Áustria.

Naquele país, o seguro desemprego só é pago integralmente durante seis meses. A eficiência da Agência Federal do Trabalho austríaca na intermediação de novos empregos é mais evidente do que na Alemanha.

A estabilidade de emprego, da forma como vigora na Alemanha, não existe na Áustria, um país onde até os sindicatos estão de acordo com um um mercado de trabalho menos regrado, explica Gernot Mitter, especialista da Câmara de Trabalho austríaca.

Um pouco de desemprego não é mau

Segundo Mitter, a situação do mercado de trabalho na Áustria é melhor do que em outros países europeus com situação econômica comparável. O encurtamento dos períodos de desemprego é um dos resultados desta política. Para Miller, é melhor algumas "doses de desemprego" do que a desigualdade de alguns terem emprego fixo e outros nenhum trabalho.

E, seguramente, as reformas na previdência foram o maior sucesso do chanceler federal austríaco, Wolfgang Schuessel. Profissionais liberais, funcionários públicos e trabalhadores em geral recebem suas aposentadorias de um fundo integrado para o qual todos contribuem.

Na Áustria, as reformas também afetaram o sistema universitário, obrigando os estudantes a contribuir com uma taxa de 400 euros semestrais. Somente na área da saúde as reformas governamentais estão estagnadas.

Merkel e Schüssel confiantes

Angela Merkel Neujahrskonzert in Österreich Wolfgang Schüssel
A chanceler federal Angela Merkel e seu colega austríaco, Wolfgang Schuessel, no Concerto de Ano Novo em VienaFoto: AP

Convidada pelo governo austríaco para o tradicional Concerto de Ano Novo da Filarmônica de Viena, a chanceler federal Angela Merkel visitou a capital austríaca no último domingo (01/01).

Por ocasião de sua visita, Merkel assegurou que "a Alemanha fará de tudo para que a presidência austríaca da UE seja um sucesso", enfatizando a tradição de amizade que existe entre a Alemanha e o parceiro austríaco.

O premiê austríaco, Wolfgang Schuessel, afirmou, por sua vez, que o sucesso de suas reformas será um exemplo para a Europa e poderá fazer com que a Alemanha volte a se tornar a locomotiva do crescimento europeu.

Lembrando o plano de reconstrução econômica do pós-guerra, Schuessel afirmou que a Europa tem a chance de um novo Plano Marshall nos próximos sete anos. Para isto, ambos chanceleres concordam que a política econômica européia precisa de menos regulamentação.

A mídia européia já fala em um eixo Berlim-Viena, não muito bem-visto pelos franceses, receosos de que este substitua a tradicional cooperação existente entre Paris e Berlim.

Outros países, outras opiniões

Entretanto, segundo a mídia austríaca, os franceses não precisam estar temerosos por esta nova amizade. Segundo o jornal Der Standard, de Viena, a nova presidência da UE deverá servir principalmente para mostrar aos alemães que os austríacos também são alguém.

E, com efeito, os principais assuntos envolvendo a política externa da presidência austríaca da UE nos próximos seis meses se encontram na região dos Bálcãs: a aceitação da Macedônia, Romênia e Bulgária à UE, o plebiscito que deverá decidir sobre a separação de Montenegro da Sérvia e a decisão sobre o status da província sérvia de Kosovo.

Segundo o jornal berlinense taz, trata-se de uma desmontagem final da Sérvia, tradicionalmente uma rival da Áustria na hegemonia política dos Bálcãs. Um ceticismo do qual os poloneses também compartilham, comentou o Vienna Online, lembrando da oposição austríaca à expansão da União Européia para o leste do continente.