Zelenski encontrará Biden e discursará no Congresso dos EUA
21 de dezembro de 2022O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski viaja para Washington nesta quarta-feira (21/12), onde se encontra com o presidente dos EUA, Joe Biden, e discursa no Congresso americano.
Esta é a primeira viagem ao exterior do governante ucraniano desde o começo da invasão russa à Ucrânia em fevereiro passado.
Na noite de terça-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Biden está ansioso pela visita e que o discurso ao Congresso demonstrará "o forte apoio bipartidário à Ucrânia".
Biden e Zelenski discutiram pela primeira vez sobre a ideia de uma visita a Washington durante um telefonema em 11 de dezembro, e um convite formal ocorreu três dias depois. Zelenski aceitou o convite na sexta-feira, e a viagem foi confirmada no domingo.
A presidente da Câmara americana, Nancy Pelosi, que visitou Zelenski em maio deste ano em Kiev, encorajou os parlamentares a comparecerem à sessão da noite desta quarta-feira. "Eles estão lutando pela democracia por todos nós", disse ela sobre os ucranianos.
Sistema Patriot para a Ucrânia
A viagem de Zelenski inclui uma visita ao Capitólio para encontrar parlamentares e uma reunião com Biden na Casa Branca para o anúncio de um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia, que inclui o fornecimento do sistema de defesa aérea e antimísseis Patriot para ajudar na defesa contra os ataques de mísseis da Rússia.
"O presidente Biden anunciará um novo e significativo pacote de quase 2 bilhões de dólares em assistência de segurança para a Ucrânia. Ele conterá uma nova capacidade muito importante: uma bateria de mísseis Patriot, que será um recurso crítico para defender o povo ucraniano contra os bárbaros ataques da Rússia contra a infraestrutura crítica da Ucrânia", disse o comunicado da Casa Branca.
A Rússia alertou Washington na semana passada contra o fornecimento do sistema Patriot para a Ucrânia. Os EUA já forneceram a Kiev lançadores múltiplos de foguetes Himars e sistemas de defesa aérea terrestre Nasams, entre outros equipamentos militares.
Defesa contra aviões e mísseis táticos
O envio dos Patriot atende ao apelo de Zelenski para que Kiev receba do Ocidente equipamentos de defesa aérea mais sofisticados para fazer frente aos ataques russos contra a infraestrutura energética ucraniana.
Produzido pelo conglomerado aeroespacial e de defesa americano Raytheon, o MIM-104 Patriot é um sistema de míssil superfície-ar desenvolvido inicialmente para interceptar aeronaves voando alto. Foi modificado na década de 1980 para se concentrar na nova ameaça de mísseis balísticos táticos.
Os sistemas Patriot vêm em baterias totalmente móveis que incluem um centro de comando, uma estação de radar para detectar ameaças recebidas, e lançadores.
O equipamento pode atuar na defesa contra mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro, drones, aeronaves e "outras ameaças" que a empresa produtora não especifica.
Estes são alguns dos meios aéreos que a Rússia usa para atacar a Ucrânia. No entanto, as forças russas também usam dispositivos menores, como mini drones que se mantêm mais próximos do solo, que são mais difíceis de rastrear e interceptar pelo sistema Patriot.
Bandeira de Bakhmut em Washington
A viagem de Zelenski ocorre pouco antes de os parlamentares dos EUA votarem um pacote de gastos de fim de ano que inclui cerca de 45 bilhões de dólares em assistência de emergência à Ucrânia.
Zelenski vai aos EUA depois de uma viagem à cidade de Bakhmut, que ele chamou de "o ponto mais quente" nos 1.300 quilômetros da linha de frente da guerra. Na região, ele falou com as tropas ucranianas e elogiou sua "coragem, resiliência e força".
Tanto Washington quanto Kiev disseram que não esperam uma resolução para a guerra em um futuro próximo.
Soldados em Bakhmut entregaram a Zelenski uma bandeira ucraniana com suas assinaturas, mostraram imagens de vídeo divulgadas pela emissora Ukrinform TV. "Vamos entregá-la ao Congresso e ao presidente dos EUA", disse Zelenski no vídeo. "Agradecemos o apoio. Mas não é o suficiente", acrescentou.
Kiev diz que precisa da ajuda ocidental para fortalecer suas defesas aéreas, já que os ataques russos cortaram repetidamente o fornecimento de eletricidade e água em meio às baixas temperaturas do inverno ucraniano.
md/rk (AP, Reuters, DPA, AFP, DW)