Völler: "O Brasil é o grande favorito"
1 de março de 2006DW-WORLD: Qual sua opinião sobre a atual seleção alemã?
Rudi Völler: Nós jogamos bem na Copa das Confederações, no ano passado. E é claro que pertencemos ao grupo dos favoritos da Copa do Mundo. Nós temos o suporte do público. Temos um time jovem em que também se encontram alguns jogadores mais experientes. Nós podemos nos sair muito bem na Copa e chegar até a final, sem dúvida. Nós precisamos só de um pouco de sorte. Mas é possível, como há quatro anos. Naturalmente, o Brasil é o grande favorito, o que para mim é evidente, uma vez que eles têm os melhores jogadores individualmente. Mas, com uma boa atuação conjunta, com espírito de equipe e boas táticas, o nosso time também pode ir longe.
O que mudou no time alemão nesses dois últimos anos?
Nós fomos desclassificados já na primeira fase da Eurocopa, mas ainda assim deu para jogadores como Podolski e Schweinsteiger participarem um pouco. E eles eram bastante inexperientes na época. Agora Jürgen Klinsmann convocou outros jovens, para formar a base para os próximos anos. Eu acredito, inclusive, que o time conseguirá atingir sua capacidade máxima somente depois da Copa do Mundo, ou em um ou dois anos, porque todos os jogadores estarão em seu apogeu. Nós podemos, então, olhar tranqüilamente para o futuro. Com tantos jogadores novos, nós teremos um bom time nos próximos anos.
O que você acha do revezamento de Oliver Kahn e Jens Lehnmann no gol?
Eu não posso, nem quero, opinar sobre isso. Jürgen Klinsmann é quem tem que dar sua opinião, ele é responsável por isso.
Michael Ballack jogou durante quatro anos no Leverkusen, onde você é diretor. Quais progressos ele fez no Bayern?
Michael Ballack foi melhorando continuamente nos últimos anos. Ele é um jogador de nível internacional. Não existem no mundo meio-campistas que façam gols como ele. O número de gols que ele faz, na seleção ou no Bayern, é sensacional. Ele é o jogador mais importante da Alemanha, sem dúvida.
Você participou três vezes como jogador na Copa do Mundo, posteriormente também como treinador – o que significa a Copa para você?
A Copa do Mundo é um acontecimento importante não só para mim, mas para cada jogador. Só acontece a cada quatro anos. Mesmo com todo o sucesso que pode ser atingido em um time, ser campeão do mundo é o maior de todos. Meu melhor exemplo é este: quando se conquista o Campeonato Alemão, é ótimo, mas depois de duas semanas não se fala mais sobre o assunto. Mas todos sabem quem foi o campeão da Copa do Mundo de 1970. E você é para sempre campeão. Eu sempre digo isso aos meus jogadores. Quem é campeão do mundo uma vez, é campeão do mundo para toda a eternidade. É o máximo que se pode alcançar como jogador de futebol.
Qual é a sua dica para esta Copa do Mundo?
O grande favorito é o Brasil. Nós pertencemos ao grupo de quatro ou cinco outras seleções que também têm chances de ganhar. Nós podemos chegar ao último jogo, nós também podemos ganhar a final. Mas o importante é: Brasil é o grande favorito, depois vêm países como a Alemanha, a Itália, a Inglaterra, a Holanda, a Argentina. Eles também estão entre os mais bem cotados.
Qual time poderia ser surpresa na Copa?
Na minha opinião, as seleções africanas poderiam surpreender. Times como o da Costa do Marfim poderiam ser uma grande surpresa.
Quem será o melhor jogador da Copa do Mundo de 2006?
Espero que seja Michael Ballack.
Na primeira rodada, a Alemanha jogará contra Polônia, Costa Rica e Equador – qual dessas seleções poderia ser especialmente perigosa?
Existem grupos que são mais difíceis, claro. Eu acredito que nós passaremos sem grandes problemas pela primeira rodada. Depois das oitavas-de-final, é como em todos os torneios – fica mais difícil. Quem estiver em melhor forma vai seguir em frente. Mas, com o nosso time, temos grandes chances. O adversário mais perigoso será, com certeza, a Polônia.