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Votação tranqüila na Alemanha, mas sob terror no Iraque

rw30 de janeiro de 2005

Iraquianos votaram, apesar de uma série de atentados com dezenas de mortos. Forte comparecimento às urnas também na Alemanha. Os resultados só começam a ser divulgados nos próximos dias.

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Mulheres votam em BagdáFoto: ap

A escolha do parlamento de transição no Iraque transcorreu de forma tranqüila na Alemanha, bem ao contrário do Iraque, onde diversos atentados deixaram dezenas de mortos. O domingo (30/01) foi o terceiro e último dia na Alemanha e em outros 13 países do mundo em que exilados iraquianos puderam entregar seu voto.

Segundo as primeiras informações da coordenação eleitoral, também foi grande o interesse dos eleitores cadastrados na Austrália, Canadá, Dinamarca, França, Irã, Jordânia, Holanda, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Suécia, Síria, Turquia e Emirados Árabes. Dos cerca de um milhão de iraquianos que vivem fora de seu país, apenas 28% se registraram para votar.

Votação em quatro cidades alemãs

Wahlen in Irak Auslands-Iraker wählen in Berlin
Eleitores tiveram o dedo marcado com tinta azul em BerlimFoto: dpa
A Organização Internacional para Migração (IOM), coordenadora da votação, não registrou incidentes nas mesas eleitorais de Berlim, Colônia, Munique e Mannheim. Em todo o país, cadastraram-se 26.416 eleitores, ou seja, 47% dos iraquianos residentes na Alemanha. "Calculamos com uma participação de 85 a 90% dos registrados em Berlim", informou o coordenador da votação na capital alemã, Jakob Preuß.

A mesma satisfação foi expressa por Sebastian Braun, da IOM em Colônia, onde sete mil iraquianos se registraram para votar. Entre os votantes, as opiniões eram controversas. Enquanto alguns eleitores consideram boa a oportunidade de exercer este tipo de cidadania, outros são céticos quanto ao futuro. "De qualquer forma, o presidente está nas mãos dos Estados Unidos", disse um eleitor que não quis se identificar à redação árabe da DW-WORLD.

Além da escolha de um parlamento de transição, que decidirá sobre a constituição, foram eleitas 18 assembléias estaduais e um parlamento curdo. A contagem dos votos na Alemanha será iniciada nesta segunda-feira. Apenas em Munique ela será iniciada na terça.

Votar como obrigação religiosa

Anschlag überschattet erste freie Wahlen in Irak
Atentado em Sadr City, na capital iraquianaFoto: ap
A primeira eleição democrática no Iraque em 50 anos foi marcada pela violência. Em Bagdá, aconteceram cinco explosões suicidas nas filas de eleitores logo após o início do pleito. Mesmo assim, os terroristas não conseguiram impedir os iraquianos de votar. Principalmente os xiitas, no sul, e os curdos, no norte, compareceram às urnas.

Cálculos preliminares da comissão eleitoral revelam que 60% dos eleitores votaram, se bem que as porcentagens regionais foram muito diversas. Enquanto o comparecimento às urnas foi praticamente nulo nas regiões dominadas pelos sunitas, ele chegou a 95% em alguns bairros de Bagdá. Os líderes religiosos de Basra, no sul do Iraque, por exemplo, convenceram seus fiéis que a participação no pleito é uma obrigação religiosa.

Os observadores que acompanharam a votação descobriram "pouquíssimas fraudes". Foi o que disse um porta-voz da ONG Ain (olho, em árabe), que coordenou os dez mil observadores do pleito. Resultados parciais devem ser divulgados dia 6 de fevereiro, enquanto o resultado final será anunciado no próximo dia 10, disse.