Vivienne Westwood, a rainha da moda punk
Ela combinou punk com moda e foi politicamente ativa até o final: Westwood ficou famosa por suas roupas estridentes e mensagens provocantes em camisetas. Ela morreu em Londres aos 81 anos.
Ícone da moda e ativista Vivienne Westwood
Ela era espalhafatosa, estridente e incomum: Vivienne Westwood morreu em 29/12/2023 em Londres aos 81 anos de idade. Filha de um sapateiro e de uma fiadeira de algodão, ela era uma das estilistas mais famosas do mundo. Mas não foi só um ícone da moda - ela provocava em suas aparições e era comprometida com o clima e os direitos humanos.
Ensino fundamental em vez de escola de moda
Desde criança, Westwood gostava de costurar, mas abandonou os estudos de moda para se tornar professora. Com seu primeiro marido, Derek, teve o filho Ben, mas a vida familiar não a realizou. O excêntrico estudante de arte Malcolm McLaren, por quem ela acabou deixando o marido, trouxe impulso à sua vida.
Casal punk dos sonhos
Vivienne e Malcolm (centro) vão morar juntos. Ambos administram a famosa butique na King's Road 430, em Londres, à qual deram muitos rostos e nomes. Eles tiveram um filho, Joseph. No início dos anos 80, o punk ameaçava perder a credibilidade, mas Malcolm ainda insistia no incondicional "ser contra tudo". Com o que Vivienne não concordou e em 1983 acabou se separando dele.
Inventora da moda punk
Mas, até aí, ambos desenvolveram um extravagante modus operandi punk, com criações malucas a partir de camisetas e calças skinny com alfinetes de segurança, correntes de bicicleta, e até mesmo ossos de frango. Muitas das peças de vestuário estão agora expostas em museus, como esta saia na exposição "Punk: do caos à couture", de 2013, no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Revolução no mundo da moda
Em 1981, Westwood apresentou sua própria coleção pela primeira vez, com "Piratas", e o mundo da moda ficou selvagem. Com o quase lendário show pirata, ela disse adeus ao punk e se tornou uma designer reconhecida. A partir daí, a estridente britânica e suas criações incomuns passaram a ser presença constante nos grandes shows de moda.
Moda selvagem
Após separar-se de McLaren em 1983, Vivienne Westwood se enfureceu no mundo da moda. Ela se reinventou constantemente, seguindo o estilo que achasse interessante. Por exemplo com seus opulentos rococós, como as famosas saias largas e curtas, com crinolinas por baixo e exagerados penteados rococó. Por adorar estampas xadrez, ela criou suas próprias, que chamou "Mac Andreas".
Vestido de noiva de cinema
No filme "Sex and the City" (2008), Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) usa um vestido de Westwood para o casamento com seu amor de longa data, Mr. Big. O sonho é desfeito quando Big de repente dá para trás. Carrie arregaça as saias, corre para a rua e bate no noivo com seu buquê de rosas brancas. O lindo vestido de noiva torna a cena ainda mais trágica.
Mais do que um simples vestido de noiva
Depois que o vestido ficou famoso através do filme, a casa de moda foi inundada de pedidos pelo mesmo modelo, de seda e cetim, que na época custava pouco menos de 7.500 euros. Vivienne Westwood criou muitos vestidos de noiva em sua carreira. E as modelos apresentam sua moda de forma estridente, como aqui na Paris Fashion Week, em março de 2011.
Quando um sapato pode virar arma...
Esta foi outra de suas marcas registradas: sapatos plataforma absurdamente altos. A própria Westwood conseguia caminhar neles. Uma de seus modelos, entretanto, falhou por causa dos saltos de 25 cm de altura. Aconteceu justamente com a supermodelo Naomi Campbell: em 1993, ao vivo e em frente a uma plateia na passarela. Ela tropeçou e caiu, o mais embaraçoso que pode acontecer a uma modelo.
Ativista engajada
Westwood esteve comprometida com um mundo melhor por muitos anos. Ela participou de marchas de protesto contra a política antiterrorista do governo britânico, submarinos nucleares, Guantánamo, fracking e mudanças climáticas. Ela mandou para a passarela modelos usando um botão com a palavra "Sim", do movimento de independência escocês, e doou 1,5 milhão de dólares para salvar a floresta tropical.
A favor de Assange
Embora ultimamente Vivienne Westwood já não gostasse muito do punk, ela continuou provocando. Em fevereiro de 2016, por exemplo, ela fez uma visita ao inimigo americano de Estado, o denunciante Julian Assange (foto). Mais tarde, em 2020, ela apareceu em frente ao tribunal em Londres com um traje amarelo vivo em favor da libertação do fundador do Wikileaks.
A diferença de idade não importa
O austríaco Andreas Kronthaler, o terceiro homem na vida de Westwood, era 25 anos mais jovem do que ela. Ela foi professora dele no curso de design de moda em Viena. Na época, Kronthaler se apaixonou imediatamente por ela: "Ela usava um catsuit em padrão xadrez Argyle, de lã muito fina, um cinto e tamancos em madeira. Ela estava linda!", disse ele ao jornal "Welt". Eles se casaram em 1992.
Dama de verdade
A família real britânica também prestou repetidas homenagens ao trabalho da extravagante estilista. Em 1992, a rainha concedeu-lhe a Ordem do Império Britânico. Catorze anos mais tarde, ela foi elevada à condição de "Dame Vivienne Westwood". E essa é das mais altas honras que um indivíduo pode receber no Reino Unido.