Viena lembra centenário de uma era de transformação
24 de janeiro de 2018Para os austríacos, o ano de 1918 não marcou apenas a derrota na Primeira Guerra Mundial e o fim do Império Austro-Húngaro, mas também a morte de grandes expoentes da Secessão Vienense (art nouveau) e do modernismo.
Para lembrar o centenário dessa era de transformação, Viena preparou uma série de exposições sem precedentes sobre os pintores Gustav Klimt, Egon Schiele e Koloman Moser, como também sobre o arquiteto Otto Wagner. São nomes que transformaram a cidade imperial no Danúbio num dos principais centros artísticos da época e que ainda hoje são admirados por aficionados da arte, do design e da arquitetura.
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O Museu Leopold de Viena deu o pontapé inicial nesta semana com a primeira de seis mostras especiais – na capital austríaca e arredores serão cerca de 20 – com destaque para Klimt e Moser, entre outros.
De 13 de fevereiro a 2 de setembro, o Museu Histórico Artístico de Viena vai erguer novamente a sua Stairway to Klimt (Escadaria para Klimt), plataforma que permite observar o ciclo de pinturas que o então jovem artista executou no salão de entrada do edifício.
Klimt e Moser
Gustav Klimt morreu aos 55 anos, em fevereiro de 1918, de um AVC seguido de uma infecção pulmonar. O pintor foi o principal representante do art nouveau austríaco, tendo sido líder da Secessão Vienense, nome dado à associação de artistas plásticos em Viena no final do século 19 e início do século 20 e pelo qual também ficou conhecido o art nouveau na Áustria.
Além de pintor, Klimt também foi designer, sendo o responsável pelas portas de metal do prédio da Secessão, projetado pelo arquiteto Josef Olbrich no final do século 19 em Viena. Em 1902, ele pintou para o mesmo edifício o Friso de Beethoven. Entre suas principais obras posteriores, está o quadro O beijo, executado entre 1907-1908.
Conhecido por cartazes, postais e papéis de parede que caracterizam até hoje o art nouveau, Koloman Moser foi pintor, artista gráfico e um dos principais representantes do art nouveau vienense. Ele morreu de câncer, em outubro de 1918, aos 50 anos.
Schiele e Wagner
De 3 de março a 4 de novembro, o Museu Leopold combina quadros e trabalhos gráficos de Egon Schiele com suas poesias, como também documentos, fotos e objetos de sua vida. De 15 de março a 7 de outubro, o Museu Viena (Wien Museum) apresenta um grande mostra sobre o arquiteto Otto Wagner.
Egon Schiele seguiu, na Áustria, os passos do expressionismo e foi, ao lado de Gustav Klimt e Oskar Kokoschka, um dos principais representantes do modernismo em Viena. Ele morreu de gripe espanhola em 31 de outubro de 1918, com apenas 28 anos.
Otto Wagner foi arquiteto, urbanista e teórico da arquitetura na Viena da Belle Époque, desenvolvendo ao longo do tempo até sua morte um estilo menos ornamentado e mais funcional, sendo hoje considerado um dos precursores do modernismo arquitetônico. Ele morreu em abril de 1918 de uma infecção advinda da má alimentação durante os anos de guerra.
Para além de 1918
As exposições em Viena querem mostrar não somente a obra desses grandes artistas, mas também o seu impacto para além de sua época.
Entre 23 de março e 26 de agosto, o Museu Belvedere traz, primeiramente, a mostra Klimt ist nicht das Ende - Aufbruch in Mitteleuropa (Klimt não é o final – uma nova era na Europa Central), para depois mostrar de 19 de outubro a 17 de fevereiro de 2019 Egon Schiele – Wege einer Sammlung (Egon Schiele – Caminhos de uma coleção).
A partir de 30 de maio, o Museu de Artes Aplicadas (MAK) analisa em mostra a influência de Otto Wagner sobre os contemporâneos e as gerações subsequentes de arquitetos e designers. Além disso, em dezembro, o MAK vai mostrar alguns de seus tesouros da Secessão Vienense, dedicando-se também à obra de Koloman Moser.
CA/afp/dpa/ots
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