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Vala coletiva de mulheres yazidis descoberta no Iraque

15 de novembro de 2015

Acredita-se que túmulo nos arredores de Sinjar, no norte do país, contenha corpos de dezenas de mulheres da minoria religiosa mortas pelo "Estado Islâmico". Curdos anunciaram retomada da cidade das mãos dos extremistas.

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Foto: picture alliance/ZUMA Press/M. Prothero

Uma vala coletiva onde se acredita terem sido depositados os corpos de mais de 70 membros da minoria yazidi foi descoberta neste sábado (14/11) ao leste de Sinjar, no norte do Iraque. Combatentes curdos peshmerga haviam anunciado ter retomado a cidade das mãos o "Estado Islâmico" (EI) no dia anterior.

O grupo extremista invadira Sinjar em agosto do ano passado, matando sistematicamente, capturando e escravizando milhares de yazidis. A ONU classificou os ataques como tentativa de genocídio.

O prefeito de Sinjar, Mahma Xelil, e membros da minoria yazidi que estiveram no local da vala coletiva disseram ter visto tufos de cabelo, ossos, dinheiro e chaves, que acreditam ter pertencido a mulheres com mais de 40 anos do vilarejo e Kocho, as quais o EI separou das mais jovens. Estas foram escravizadas sexualmente, enquanto as mais velhas foram levadas para uma área a leste de Sinjar e, pouco depois, disparos foram ouvidos, segundo moradores.

Bar Sleiman Taha, de Kocho, disse que sua mãe, tia e avó estavam entre as mulheres mortas e que ele reconheceu a bengala de uma senhora do vilarejo entre os restos mortais. "A morte teria sido melhor do que o que senti ao ver aquela vala", disse à agência de notícias Reuters.

O presidente americano, Barack Obama, invocou a obrigação de evitar um genocídio dos yazidis quando autorizou os primeiros ataques aéreos contra o "Estado Islâmico", que vê a minoria como adoradores do diabo. Os yazidis são uma seita religiosa cujas crenças combinam elementos de várias religiões antigas do Oriente Médio.

Xelil disse que a vala coletiva será mantida intacta para que especialista possam analisar os restos mortais e coletar evidências que ajuem a reconhecer as atrocidades cometidas contra a minoria como genocídio.

Uma série de valas coletivas de yazidis já foi descoberta na área ao norte das montanhas de Sinjar, que foi tomada pelo EI em dezembro o ano passado. A maioria da população yazidi iraquiana refugiou-se em acampamentos na região do Curdistão, e mais de 2 mil mulheres ainda estão sob domínio dos extremistas.

LPF/rtr/afp