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Segurança nuclear

26 de maio de 2011

Avaliação vai analisar segurança dos reatores em caso de terremoto, enchentes, incêndio e corte de energia. Ameaça terrorista fica de fora do teste. Na Suíça, abandono da energia nuclear entra em discussão parlamentar.

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Usina nuclear na Suiça: o fim pode estar próximoFoto: dapd
Os 143 reatores nucleares europeus passarão por teste de resistência a partir de 1° de junho. A exemplo da avaliação realizada pela Alemanha, a segurança das centrais nucleares será analisada em caso de terremoto ou enchentes, conforme anunciado pela Comissão Europeia na quarta-feira (25/05). O teste também vai verificar a resistência a eventos como incêndios florestais, acidentes de transporte e corte de fornecimento de energia elétrica.
Depois de dois meses de debates, a Comissão se disse satisfeita: "Chegamos a critérios de testes muitos abrangentes", avaliou Günter Oettinger, comissário europeu de Energia. Ele acresceu que a avaliação não se limitará às instalações. "Em nível europeu, nós iremos inspecionar também os inspetores. Erro humano exerceu um papel no acidente de Fukushima, então achamos que o erro humano e a ação humana têm que fazer parte do teste de resistência."
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, recebeu bem a iniciativa. "Nem todas as nossas expectativas foram atendidas. Mas levando em consideração que a Europa, até agora, não tinha experiência nesse assunto e já entrou em concordância, isso é, sem dúvida, uma grande avanço."
Ameaça terrorista
Áustria e Alemanha queriam que o teste avaliasse também a resistência das usinas contra ataques terroristas. No entanto, outros países-membros da União Europeia (UE), como França e Reino Unido, se opuseram. Eles argumentam que avaliações desse tipo devem ficar em mãos do próprio governo, já que se trata de segurança nacional.
Segundo especialistas, o terrorismo seria a ameaça mais séria aos reatores nucleares europeus. Apesar dos esforços do comissário Oettinger em acrescentar esse quesito ao teste, o comissário disse respeitar a posição dos que se opuseram.
Oettinger reconheceu, no entanto, que a Comissão não terá poder para determinar o fechamento de alguma usina nuclear caso problemas sejam identificados. Criticado por parlamentares europeus, que argumentam que a indústria nuclear não será submetida a um teste de resistência verdadeiro, o comissário disse acreditar que a avaliação segue por um bom caminho.
Sem energia nuclear
Também nesta quarta-feira, o governo da Suíça deu mostras de que pretende abandonar a geração nuclear de energia. O governo helvético recomendou ao Parlamento em Berna que inicie os debates com vista ao desligamento das centrais nucleares em 2034.
"O conselho federal quer continuar garantindo a segurança de abastecimento de energia na Suíça, mas sem geração nuclear em médio prazo. As atuais usinas nucleares serão fechadas no fim do prazo de vida útil das unidades e não serão substituídas", diz a nota do governo suíço.
O Parlamento em Berna deve iniciar a discussão em torno do assunto em 8 de junho, e uma decisão é aguardada para o fim do mês.
NP/rts/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque